penso, vezes sem conta,
como a tua ausência líquida,
pode ser assim aniquilada,
pela presença sólida, em mim,
dessa tua mesma ausência.
penso, e perco-me nas contas,
desalinho-me e avario,
como a eternidade equivale afinal
ao seu mais simétrico inverso:
nunca, nada, ninguém
(muito menos tu).
de mim próprio ausente,
corro a cantar-te vida fora,
como são tomé, a teus pés:
minha senhora e minha deusa!
é tarde, choves nos meus olhos.
felizes os que te souberam
antes da sua própria consciência.
(eu sei:)
rapaz de pouca fé.
gi.
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