pela palavra é que vamos,
invocando e evocando nossa senhora do micro-espanto,
ou a inversa, atenuando nossa sofreguidão torrencial.
queremos bálsamos e unguentos, contra nosso tormento:
esse mesmo, o do quotidiano rasteiro e banal.
ferreira gullar, poeta-gigante-irmão, caminha,
como caetano, contra o vento, sem lenço nem documento,
arriscando epifania em desequílibrio (ou equação fosforecente),
forma possível de explicar o que explicação não tem.
é que minha gente:
poesia é vida condensada-e-logo-expandida
que a matemática não explica
e a metafísica acerta menos do que falha.
resta então a arte de caçar o fogo pela palavra
ou então de incendiar a vida de espanto-elefante.
numa linha derradeira: resta-nos tentar esmagar
o nada.
(bem melhor, ainda assim, do que se nos restasse
nada de nada.)
gi.
2 comentários:
Muito bonito gi.
Percebi pouco. Muito metafísico, abstracto e matemático. Mas sente-se o espírito "gi" por detrás. Escreva o que quiser, o que lhe der na cabeça. Está sempre bem. Obrigada. pcp
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