18 fevereiro 2011

a propósito da poesia de ferreira gullar

pela palavra é que vamos,

invocando e evocando nossa senhora do micro-espanto,
ou a inversa, atenuando nossa sofreguidão torrencial.

queremos bálsamos e unguentos, contra nosso tormento:
esse mesmo, o do quotidiano rasteiro e banal.

ferreira gullar, poeta-gigante-irmão, caminha,
como caetano, contra o vento, sem lenço nem documento,

arriscando epifania em desequílibrio (ou equação fosforecente),
forma possível de explicar o que explicação não tem.

é que minha gente:

poesia é vida condensada-e-logo-expandida
que a matemática não explica
e a metafísica acerta menos do que falha.

resta então a arte de caçar o fogo pela palavra
ou então de incendiar a vida de espanto-elefante.
numa linha derradeira: resta-nos tentar esmagar

o nada.
(bem melhor, ainda assim, do que se nos restasse
nada de nada.)

gi.

2 comentários:

marialemos disse...

Muito bonito gi.

Anónimo disse...

Percebi pouco. Muito metafísico, abstracto e matemático. Mas sente-se o espírito "gi" por detrás. Escreva o que quiser, o que lhe der na cabeça. Está sempre bem. Obrigada. pcp

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