Vale a pena
ouvir as reflexões de grandes homens para se perceber como é difícil ser-se
positivo e oferecer motivações construtivas, quando se tem de lidar com o
esforço, puro e duro.
Comecemos por Mark Twain: «Faz todos os dias uma coisa
que não te apeteça fazer; é a regra de ouro para te ires habituando a fazer o
teu dever sem dor.» Podíamos
também lembrar as célebres palavras de Churchill, dirigidas aos britânicos, em
Maio de 1940, a prometer, com enorme coragem e verdade: sangue, suor e
lágrimas. Os exemplos não teriam fim, tornando mais genial a excepção, ou
seja, ser-se capaz de converter o esforço num desafio atraente. Nada menos do
que isto.
Por iniciativa da conhecida
empresa alemã de automóveis, Volkswagen, um grupo de engenheiros foi convidado
a motivar o cidadão comum para subir as escadas fixas de locais públicos, em
vez da comodidade das rolantes, mesmo ao lado. Não, não se invocaram as
vantagens para a saúde. Nem as recomendações ecológicas e de poupança energética,
que até eram relevantes para os engenheiros. Menos ainda a sedutora
argumentação estético-dietética, a que o público feminino costuma ser sensível.
Tudo começou por se formular a
questão do modo mais exigente e positivo. Digamos que um bom ponto de partida
favorece um bom ponto de chegada. A questão partiu desta premissa: como tornar as
escadas fixas mais apetecíveis que as rolantes? Como associar maior
divertimento às fixas, para serem a primeira escolha? Citando os gestores desta
iniciativa, tão saudável: «Can we get more people to choose the stairs by making it fun to do?». O final da pergunta indicia bem o tipo de abordagem adoptada, propiciando
uma solução benigna e atractiva.
Por isso, não se estranha que a
resposta tenha sido 100% musical, interactiva, originalíssima, sob a forma de
um teclado gigante, intitulada «happy
people on piano». Tudo de uma simplicidade genial. Muito
contagiante:
Um excelente serviço prestado pela feliz combinação de ciência, tecnologia e boa psicologia humana.
A iniciativa foi aplicada em Estocolmo, Milão, Hong Kong,
Chile, sempre com o maior sucesso, conseguindo inverter drasticamente as
estatísticas, a favor do uso das escadas fixas. Fosse no metro, fosse em
centros comerciais e demais espaços públicos, a maioria nem hesitou em optar pelo
maior esforço. Esse o mérito mais ambicioso deste projecto.
Conclusão expressiva do grupo de engenheiros: «Fun
can obviously change behaviour for the better. We call it The Fun Theory.»
Naturalmente, que nem tudo na vida comporta divertimento.
Nem sempre se conseguem desencantar incentivos divertidos para mitigar a
dificuldade e o desconforto de
algumas decisões de vida, incontornáveis. Ainda assim, esta solução simbólica
convida-nos a empenharmo-nos mais nessa tentativa, facilitadora de bons
resultados.
De facto, fazer as pessoas felizes e investirmos em ser felizes parece-me uma
boa divisa. Nesse sentido, aqui vai um pequeno contributo, que alia música e exercício
físico, nos sons festivos da quadra natalícia que se aproxima, desejando a cada
um a motivação mais inspirada para as
melhores escolhas na vida:
Maria
Zarco
(a preparar o
próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)
Muito giro o teu post desta semana. Mais levezinho que o costume, não deixa de nos trazer algo em que vale a pena pensar. Com fun e alegria, até as coisas mais complicadas se descomplicam, se tornam mais fáceis de terminar ou levar a cabo. Peso com peso é um pesadelo. Leveza com peso balançam-se e tudo melhora! Bem giro. Gostava de ver esta iniciativa por cá. E o espírito (de fun e alegria) associado à mentalidade fatalista e pesada dos portugueses!! Bjs. pcp
ResponderEliminarBelíssima proposta. Boa semana Maria
ResponderEliminarDe facto, era giríssimo ver esta iniciativa em Portugal, algures num sítio público, como por exemplo o Chiado, por onde passa toda a gente. Seria uma animação. Bjs às 2 e obrig. pelos comentários, MZ
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