Nostalgia strikes again...
Há algumas semanas, por ocasião da presença em Portugal do JdC, um dos irmãos recebeu para jantar. Estava a família de sangue mais próxima e os quatro maiores amigos (presumo), acompanhados. Num instante se juntaram 30 pessoas à volta de um churrasco e de uma sangria. O post poderia ficar por aqui. Afinal, diriam, sempre estamos na silly season, e o editor e dono do estabelecimento segue a corrente. A bem dizer, para quem está de fora, um jantar pode não ser mais do que um jantar.
À noite os sobrinhos cantaram e tocaram, sem mais pretensões do que o divertimento próprio e alheio: músicas religiosas, gospel, temas de filmes ou da moda, cantilenas infantis. Acontece - e é aqui que surge a nostalgia - que recuei mais de trinta anos, talvez. Recuei seguramente uma geração e vi-me com 16, 17, 20 anos. Ali, naquela hora de cantoria, voltei aos meses de Setembro que farão sempre parte das minhas memórias felizes. Também cantávamos (eu, enfim...), jogávamos às cartas ou ao matas, íamos a Badajoz com um entusiasmo infinitamente maior do que aquele com que se vai hoje ao Vietname. Todo aquele jantar era, para mim, tão parecido com os outros que me questionei porque não recitaria alguém o Passeio de Santo António (Augusto Gil, encontra-se na net...), uns versos que eu conhecia de cor porque se fazia deles fazia um teatro anual.
Quem esteve no jantar e conhece o ambiente sabe do que falo. Quem já me lê bem compreende-me e um dia explicará as minhas nostalgias. Aos outros peço desculpa por um post involuntariamente - mas fatalmente - críptico. Há amizades tão fundas que devem ser lembradas volta e meia - mesmo que seja para poucos.
Deixo-vos com Maria Dolores Pradera, em homenagem a uma das pessoas presentes no jantar e que a cantava deliciosamente, já lá vão alguns anos. Nostalgia e música sul-americana (embora a Pradera fosse espanhola, viveu e actuou na América do Sul) toldam-me o raciocínio. Vou ali tomar um comprimido e volto já...
JdB
Meu caro amigo,
ResponderEliminarAcho que percebi, apesar de encriptado!
Talvez não tudo, mas quero acreditar que quase tudo...
Abr
fq
Estimado dono deste estabelecimento,
ResponderEliminarAs suas nostalgias são sempre uma delícia para os nossos ouvidos...
Tenho a certeza que a pessoa que refere cantaria muito melhor.
Apesar de estar de passagem, acho que percebi quase tudo.
Até sempre
ALA
E eu que tenho andado tão arredio deste blogue ainda bem que vim cá hoje. O jantar foi de facto uma agradável viagem ao passado mas também a celebração de um presente que continua a conseguir reunir família e amigos. Como sempre. Fico muito contente por saber que não fui só eu que senti isso. Obrigado JdB
ResponderEliminarValeu a pena sair do Bosque e vir a Lisboa só pra lêr isto!!! (não há t.v. nem internet). Dizem que o cheiro é o mesmo (fiquei contente!). Dou por mim a fazer doce de tomate e de amora,(agora as amoras dão em agosto!)só para sentir o cheiro desses Setembros...
ResponderEliminarA minha filha mais velha diz que no nosso tempo é que devia ser giro. Este mês sem a t.v. já percebeu porquê e sentiu-lhe um bocadinho o gosto (cartas, gamão, cantorias na varanda, etc...). As nostalgias partilhadas até podem ser boas!!! Bjs e obr aos mais velhos...