22 outubro 2012

Vai um gin do Peter’s?

MUSICAL INTERPELATIVO, até ao próximo Domingo

No auditório do Colégio de S.João de Brito está em cena um musical bem executado, com imenso ritmo, a contar uma história simples e cheia de suspense, a partir de uma exposição de pintura num povoado remoto do país. Ali se expõe a fantástica colecção de arte saída das caves de um palacete inacessível. Mas há um quadro especialmente valioso, do século XV, que não deixa os visitantes indiferentes, até os seguranças e as câmaras de vigilância serem misteriosamente ultrapassados pelos acontecimentos. O que aconteceu, afinal?...
Sob a direcção musical do director da «Operação Triunfo», Ruben Alves, a peça esvai-se em 60 minutos, a saberem a pouco. Até ao próximo Domingo, «O QUADRO»(1) continuará a dar que falar

II PARTE - PRESENÇA DE PAZ NO MÉDIO ORIENTE

A continuação da síntese da mensagem deixada pelo Papa académico, no Líbano(2), inclui as seguintes temáticas:
- PRIMAVERA ÁRABE E ENCRUZILHADAS DO MÉDIO ORIENTE
- O AMOR É A REVOLUÇÃO TRAZIDA POR CRISTO
- DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E COM TODA A SOCIEDADE É URGENTE
- COMO SUPERAR OS RISCOS DA ACTUALIDADE


Com a frontalidade que lhe conhecemos, Bento XVI procura sempre responder e até antecipar as dúvidas e objecções do homem contemporâneo, começando pela mais elementar: há ou não Deus?  Recentemente, num encontro no Vaticano (8 de Outubro), formulou-a em termos directos: «Muitas pessoas perguntam-se se Deus é ou não uma ‘hipótese'. (…) Por detrás do silêncio do universo, por detrás das nuvens da história, há ou não um Deus? E se há esse Deus, que nos conhece, o que tem a ver connosco?» 
Continuando na mesma linha, sublinhou dois sinais distintivos da fé: dar testemunho através da caridade, considerando-a a grande «força do presente e do futuro» e através do Evangelho -- «Evangelho quer dizer (que) Deus rompeu o seu silêncio, Deus falou, Deus fala. É o Deus connosco. É esta a salvação.», entusiasmando os crentes a difundirem esta boa nova de um Deus próximo, que é Amor.
Mestre em metáforas e no recurso a paradoxos, o Papa explorou uma das imagens mais comuns do Amor – o fogo – revelando as diferentes facetas de uma realidade rica e, simultaneamente, delicada, frágil, à mercê da liberdade humana: «O fogo é luz, é calor, força de transformação; a cultura humana começou quando o homem descobriu que podia criar o fogo que destrói, mas, sobretudo, transforma, renova e cria uma novidade: a do homem que se torna luz em Deus 
Procurando transmitir luz e paz ao Médio Oriente, o Papa começou por abordar o enorme desafio que constitui a revolução social e política em curso no mundo árabe: 
PRIMAVERA ÁRABE E ENCRUZILHADAS DO MÉDIO ORIENTE
- «Diria que a primavera árabe, em si, é uma coisa positiva: é um desejo de maior democracia, maior liberdade, maior cooperação, duma identidade árabe renovada. E este grito da liberdade, que vem duma juventude mais formada cultural e profissionalmente, que deseja maior participação na vida política, na vida social, é um progresso, uma coisa muito positiva e por isso mesmo louvada também por nós, cristãos. Naturalmente, da história das revoluções, sabemos que o grito da liberdade, tão importante e positivo, corre sempre o perigo de esquecer um aspecto, uma dimensão fundamental da liberdade, ou seja, a tolerância do outro: o facto de que a liberdade humana é sempre uma liberdade compartilhada, que pode crescer apenas na partilha, na solidariedade, no viver juntos, com determinadas regras. Este é o perigo de sempre (…). Assim também a identidade árabe renovada implica – penso eu – a renovação do conjunto secular e milenar de cristãos e árabes, que precisamente juntos, na tolerância de maioria e minoria, construíram estas terras e que não podem deixar de viver juntos. Por isso, penso que é importante ver o elemento positivo nestes movimentos e fazer a nossa parte para que a liberdade seja concebida de modo justo e corresponda a um maior diálogo e não ao domínio de um contra os outros.» (Respostas aos Jornalistas – 14.Set.)
- «Foi neste contexto constrangedor, instável e actualmente propenso à violência, que Deus permitiu o florescimento da sua Igreja. Esta vive numa notável variedade de formas.» (Exortação – ponto 11)
- «O Médio Oriente é uma realidade rica pela sua diversidade, mas demasiadas vezes constrangedora e mesmo violenta; isto toca o conjunto dos habitantes da região e os vários aspectos da sua vida. (...) Muitas vezes (os cristãos) sentem-se humilhados; quando há desordens, sabem, por experiência, que são vítimas proscritas. (…) Na verdade, um Médio Oriente sem ou com poucos cristãos já não é o Médio Oriente, visto que os cristãos fazem parte com os outros crentes da identidade muito particular da região; uns são responsáveis pelos outros diante de Deus. Por isso, é importante que os líderes políticos e os responsáveis religiosos entendam esta realidade e evitem uma política ou uma estratégia que privilegie apenas uma das comunidades criando um Médio Oriente monocromático, que deixaria absolutamente de reflectir a sua rica realidade humana e histórica.» (Exortação – ponto 31)
- «A Igreja latina presente no Médio Oriente, embora sofrendo a hemorragia de muitos dos seus fiéis, encontra-se hoje a braços com outra situação que a interpela pedindo resposta para novos e variados desafios pastorais (…) a chegada massiva e a presença, nos países de economia forte na região, de trabalhadores de todo o tipo vindos da África, do Extremo Oriente e da Índia. Estes grupos, (…) enfrentam uma dupla precariedade: são estrangeiros no país onde trabalham, e vivem muitas vezes situações de discriminação e injustiça (Exortação – ponto 33)

O AMOR É A REVOLUÇÃO TRAZIDA POR CRISTO
- «(É) necessário celebrar a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do serviço sobre a prepotência, da humildade sobre o orgulho, da unidade sobre a divisão. (…) (C)onvido todos a que não tenham medo, permaneçam na verdade e cultivem a pureza da fé.» (na Basílica de S.Paulo – 14.Junho)
- «Abrindo-se à acção do Espírito de Deus, o crente faz penetrar no mundo, por meio da sua oração (…), a riqueza do amor e a luz da esperança que habitam nele.» (Exortação -  ponto 82)
- «(A) caridade cristã (deve dar) resposta às necessidades imediatas de todos, sem olhar à sua religião e independentemente dos partidos e ideologias, com o único objectivo de viver na terra o amor de Deus pelos homens.» (Exortação -  ponto 89)
- «(A) busca da verdade que não se impõe pela violência, mas pela ‘sua própria força’ (…) (A) fé viva conduz invariavelmente ao amor. A fé autêntica não pode levar à morte. (…) A inércia dos homens de bem não deve permitir que o mal triunfe. O pior de tudo é não fazer nada!» » (Encontro com Governo -  15.Set.)
 - «Procurai o que é belo, e comprazei-vos na prática do bem. (…) O encontro com Ele dá à vida um novo horizonte (…). N’Ele, encontrareis a fonte da alegria. Cristo diz-vos: سَلامي أُعطيكُم (‘dou-vos a minha paz’). Esta é a verdadeira revolução trazida por Cristo: a do amor» (Encontro com os Jovens – 15.Set.)
- «É evidente que sois uma carta de Cristo, (…) escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações. (…) Esta carta (…) será o testemunho da vossa vida e da vossa fé. Assim, com coragem e entusiasmo, fareis compreender ao vosso redor que Deus quer a felicidade de todos sem distinção.» (Encontro com os Jovens – 15.Set.)
- «(O) caminho por onde Jesus nos conduzir é um caminho de esperança para todos. A glória de Jesus releva-se no momento em que, na sua humanidade, Ele Se mostra mais frágil, especialmente na encarnação e na cruz. É assim que Deus manifesta o seu amor, (…) dando-Se a nós.» (Encontro com os Jovens – 15.Set.)

Banhos de multidão nos dois dias de Visita, com um programa de contactos muito intenso

DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E COM TODA A SOCIEDADE É URGENTE
- «A unidade ecuménica não é a uniformidade de tradições e celebrações» (Exortação – ponto 17)
- «A natureza e a vocação universal da Igreja exigem que ela se abra ao diálogo com os membros das outras religiões. No Médio Oriente, este diálogo funda-se nos laços espirituais e históricos que unem os cristãos, os judeus e os muçulmanos. Este diálogo não se move tanto por considerações pragmáticas de ordem política ou social, como sobretudo pelas bases teológicas que interpelam a fé. (…) Judeus, cristãos e muçulmanos crêem num Deus Uno, criador de todos os homens. Possam os judeus, os cristãos e os muçulmanos descobrir um dos desejos divinos que é a unidade e a harmonia da família humana. Possam os judeus, os cristãos e os muçulmanos entrever no outro crente um irmão a respeitar e a amar, para darem – em primeiro lugar nas suas terras – um bom testemunho de serena convivência entre filhos de Abraão.»  (Exortação -  ponto 19)
- «Dado que a realidade temporal é o vosso campo próprio, encorajo-vos, queridos fiéis-leigos, a reforçar os vínculos de fraternidade e colaboração com as pessoas de boa vontade tendo em vista a busca do bem comum, a correcta gestão dos bens públicos, a liberdade religiosa e o respeito pela dignidade de cada pessoa. Mesmo quando a missão da Igreja se torna difícil nos ambientes onde o anúncio explícito do Evangelho encontra obstáculos ou não é possível, «tende entre os gentios um comportamento exemplar (...)»... Para que o vosso testemunho produza realmente fruto (cf. Mt 7, 16.20), exorto-vos a superar as divisões e qualquer interpretação subjectivista da vida cristã (…), porque os vários âmbitos da vida do fiel-leigo entram todos no desígnio de Deus.» (Exortação -  ponto  56)
 - «A Igreja Católica no Médio Oriente alegra-se com o testemunho de fé e comunhão fraterna destas comunidades, nas quais se reúnem cristãos de várias Igrejas, sem confusão nem proselitismo. Encorajo os membros destes movimentos e comunidades a serem artífices de comunhão e testemunhas da paz que vem de Deus… (expressando) a comunhão na diversidade...» (Exortação -  ponto  87)
- «(N)ão são os «obreiros da paz» aqueles que mais admiramos? E não é a paz o bem precioso que toda a humanidade procura? Porventura não é um mundo de paz aquilo que mais profundamente desejamos para nós e para os outros? سَلامي أُعطيكُم (dou-vos a minha paz): disse Jesus. Ele venceu o mal não com outro mal, mas tomando-o sobre Si e aniquilando-o na cruz com o amor vivido até ao fim. (…) O perdão e a reconciliação são caminhos de paz, e abrem um futuro. (Encontro com os Jovens – 15.Set.)
-  «O centro e o fruto do verdadeiro ecumenismo é a fé.»  (Exortação – ponto 11)
- «(O)s fiéis católicos podem promover o ecumenismo espiritual (em toda a sociedade, para) … serem testemunhas da comunhão em todos os âmbitos da sua vida. Esta comunhão, porém, não significa sincretismo. O testemunho autêntico requer o reconhecimento e o respeito pelo outro, a disponibilidade ao diálogo na verdade, a paciência como uma dimensão do amor, a simplicidade e a humildade de quem se reconhece pecador diante de Deus e do próximo, a capacidade de perdão, reconciliação e purificação da memória, a nível pessoal e comunitário.» (Exortação – ponto 12)
- «Não tenhais medo nem vergonha de testemunhar a amizade com Jesus no âmbito familiar e público. Fazei-o, porém, no respeito pelos outros crentes, judeus e muçulmanos, com quem partilhais a crença em Deus Criador do céu e da terra, e no respeito também pelos grandes ideais humanos e espirituais. (…) O relacionamento com Jesus tornar-vos-á disponíveis para colaborar sem reservas com os vossos compatriotas, independentemente do seu credo religioso.. (Exortação – ponto 63)

COMO SUPERAR OS RISCOS DA ACTUALIDADE
- «(P)odereis discernir com sabedoria, na modernidade, os valores úteis à vossa plena realização e os males que lentamente intoxicam a vossa vida. Não vos deixeis seduzir pelo materialismo nem por um uso indiscriminado da rede informática que poderia mutilar a verdadeira natureza das relações humanas.» (Exortação – ponto 63)
- «As frustrações presentes não devem levar-vos a buscar refúgio em mundos paralelos, como por exemplo o mundo das drogas de todo o tipo ou o mundo triste da pornografia. Quanto às redes sociais, são interessantes mas podem, com facilidade, levar-vos à dependência e à confusão entre o real e o virtual. Procurai e vivei relações ricas de amizade verdadeira e nobre. Cultivai iniciativas que dêem sentido e raízes à vossa existência, lutando contra a superficialidade e o consumismo fácil. Estais de igual modo sujeitos a outra tentação: a do dinheiro – este ídolo tirânico que cega até ao ponto de sufocar a pessoa e o seu coração. Infelizmente os exemplos que vedes em redor não são sempre dos melhores. (…) (Ponde) de lado o que é ilusório, aparência e mentira.» (Encontro  com os Jovens – 15.Set.)
- «As situações humanas dolorosas geradas pelo egoísmo, a iniquidade ou a vontade de domínio podem suscitar cansaço e desânimo. Por isso, Jesus recomenda a oração contínua. Nela, temos (…) o lugar privilegiado da comunhão com Deus e com os homens.» (Exortação – ponto 82)
- «Algumas ideologias, pondo em questão de maneira directa ou indirecta, e mesmo legalmente, o valor inalienável de cada pessoa e o fundamento natural da família, minam os alicerces da sociedade. Devemos estar conscientes destes atentados contra a construção e a harmonia da convivência social. O único antídoto para tudo isto é uma solidariedade efectiva (…) para apoiar as políticas e iniciativas que visam unir os povos de forma honesta e justa.»  (Encontro com Governo – 15.Set.)
- «(A) fim de patentear às novas gerações um futuro de paz, a primeira tarefa é educar para a paz, construindo uma cultura de paz. (…) O espírito humano possui o gosto inato do belo, do bom e do verdadeiro; é o selo do divino, a marca de Deus nele! (…) Mas é só na liberdade que o homem se pode voltar para o bem. (…) A tarefa da educação é acompanhar a maturação da capacidade de fazer escolhas livres e justas, que possam ir contra-corrente relativamente às opiniões generalizadas, às modas, às ideologias políticas e religiosas. A consolidação duma cultura de paz tem este preço. Obviamente é necessário banir a violência verbal ou física; é sempre um ultraje à dignidade humana (…). Assim a educação para a paz formará homens e mulheres generosos e rectos, solícitos para com todos mas particularmente com as pessoas mais débeis.» (Encontro com Governo – 15.Set.)
- «Que podemos fazer contra a guerra? Naturalmente – digamos – difundir continuamente a mensagem da paz, esclarecer que a violência não resolve jamais um problema sequer e revigorar as forças da paz. Nisto é importante o trabalho dos jornalistas, que muito podem ajudar para mostrar como a violência destrói: não constrói, nem é útil para ninguém. (…) Diria também que deve, finalmente, cessar a importação de armas (…) importar ideias de paz, criatividade, encontrar soluções para aceitar cada um na sua alteridade.» (Respostas aos Jornalistas – 14.Set.)



Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)
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(1) Próximos espectáculos: 25, 26, 27, 28 de Outubro às 21h00; 
                                                14, 21 e 28 de Outubro às 16h00.
        http://www.facebook.com/musical.o.quadro;  musical.o.quadro@gmail.comThis email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. , Tlm: 960248946 | 93 848 67 53; bilhetes à venda na FNAC, Ticketline ou no auditório do Colégio de S.João de Brito (ao Lumiar).

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