28 julho 2013

17º Domingo do Tempo Comum

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de Católico.

Há um desafio de círculo virtuoso dentro de nós. Talvez o tempo verbal não devesse ser , mas antes deveria haver, para que a frase fique mais correcta - tristemente mais correcta. E no entanto esse desafio tem de existir - o de pensar mais no pecador do que no pecado. Eu explico, porque da clareza das ideias dentro de nós não ressalta, forçosamente, a mesma clareza para os outros.

A expressão atenuante é-nos familiar, corriqueira. Dizem os dicionários que é a circunstância que diminui a culpabilidade de um criminoso ou faltoso. Transpondo esta definição para a dimensão dominical, também há circunstâncias específicas que atenuam a falta - o pecado, na linguagem da religião - de um cristão. Tudo isto nos parece óbvio e de uma clareza indiscutível, porque não nos passaria pela cabeça julgar alguém num tribunal sem atender às tais atenuantes, e com isso eventualmente mitigar a pena. Regressemos então à órbita da igreja (no sentido em que igreja somos todos, e não apenas a hierarquia) e questionemo-nos: olhamos mais para o pecado ou para o pecador? Isto é, reduzimos o acontecimento em questão à simples constatação de que houve incumprimento de regra, ou atendemos à dimensão pessoal do acto em si, com todos os circunstancialismos?

Dir-me-ão os meus poucos leitores: esse problema pouco mais é do que lana caprina, porque todos nós já olhamos mais para a pessoa do que para o acto, porque isso é da mais elementar justiça. Será assim? Pois talvez, mas eu continuo a falar disto. Talvez seja porque tenho visto muito - começando para dentro de mim próprio - e sei como ainda reagimos. Ou se calhar sou apenas um ingénuo maçador. Talvez, quem sabe...

Bom Domingo para todos.

JdB

***     

EVANGELHO Lc 11, 1-13
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
estava Jesus em oração em certo lugar.
Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos:
«Senhor, ensina-nos a orar,
como João Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus:
«Quando orardes, dizei:
‘Pai,
santificado seja o vosso nome;
venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados,
porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende;
e não nos deixeis cair em tentação’».
Disse-lhes ainda:
«Se algum de vós tiver um amigo,
poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer:
‘Amigo, empresta-me três pães,
porque chegou de viagem um dos meus amigos
e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro:
‘Não me incomodes;
a porta está fechada,
eu e os meus filhos estamos deitados
e não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo:
Se ele não se levantar por ser amigo,
ao menos, por causa da sua insistência,
levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo:
Pedi e dar-se-vos-á;
procurai e encontrareis;
batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe;
quem procura encontra
e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe,
em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus,
sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
quanto mais o Pai do Céu
dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».

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