As agências de espionagem não sabem astrologia
No fim-de-semana
passado assisti a um simpósio intitulado “Ficção e Realidade: para além do Big
Brother”, que teve lugar no CCB e no Centro de Congressos do Estoril. Tinha suspeitas
de que o cenário pintado por George Orwell em 1949 no livro “1984” era a
realidade actual, mas saí de lá convicta de que vivemos numa sociedade em que os
poderes institucionais, sob a capa da protecção, espiam todas as nossas
comunicações telefónicas e internéticas .
Os grandes
protagonistas deste tema, Julian Assange e Edward Snowden não podiam estar
presentes, porque os seus movimentos estão muito limitados pela “justiça”
internacional. Julian Assange, australiano, fundador e principal divulgador da
WikiLeaks, está refugiado há dois anos na Embaixada do Equador em Londres, onde
polícias, que custam 10.000 libras por dia aos cidadãos britânicos, patrulham a
entrada para o deterem, caso saia à rua, e filmam quem entra. Mesmo assim, esteve
no simpósio via vídeo conferência.
A Edward
Snowden, americano de nascimento, foi-lhe retirado o passaporte depois das
revelações que fez sobre vigilância global, em que prova que qualquer pessoa
que use a internet, que tenha um telefone portátil, que pague com cartão de
crédito está sujeita a ser espiada, quer seja criminosa quer não. Se têm
dúvidas, perguntem a Angela Merkel! Como
consequência, Snowden não pode sair da Rússia.
As agências de
“vigilância” têm com certeza triliões de yobibytes de informação, sabem imensas
coisas, presumivelmente sendo a maior parte irrelevante, mas de certeza que não
sabem nada de astrologia.
Edward Snowden
vem de uma família que sempre trabalhou para o governo dos EUA e seguiu os seus
passos. Sendo um informático extraordinário, trabalhou na área das comunicações
internéticas durante alguns anos inclusivamente para a CIA. Começou a não
acreditar no sistema que julgava defender no seu trabalho diário, porém o
clique final deu-se em Março de 2013, quando ouviu o Director of National
Intelligence, James Clapper, mentir ao congresso sob juramento. Três meses
depois todo o mundo sabia quem era Snowden e a extensão da “vigilância” norte
americana.
Edward Snowden
tem na sua carta natal dois planetas, Júpiter e Úrano, numa conjunção muito
próxima. Este aspecto é resumido assim por Sue Tompkins no seu livro “Aspects
in Astrology”:
Grandes ideias
radicais - Integração da fé com a verdade - Mudança de convicções - Acreditar
na liberdade - Viagens repentinas
As energias da
carta do céu de qualquer pessoa têm expressões mais ou menos fortes consoante o
lugar no mundo onde estamos. A zona do
mundo onde Edward Snowden tinha maior hipótese de exprimir a sua conjunção
Júpiter Úrano em Sagitário, é ao longo do meridiano onde Júpiter e Úrano estão
no meio do céu (MC). Esse meridiano vem
dos confins do Alasca e atravessa todo o Oceano Pacífico. Todo o Oceano Pacífico?
Não…. passa por uns pontinhos assinalados por mim a vermelho e que são as Ilhas do
Havai. E foi no Havai que Edward Snowden, teve uma grande mudança de convicções
e sentiu a necessidade de mostrar ao mundo a verdade sobre as acções de
espionagem que os EUA levam a cabo. As revelações aos meios de comunicação internacionais
foram verdadeiros actos de rebelião pública contra o sistema e também foi
forçado repentinamente a abandonar o Havai. Quem o mandou para lá sabe provavelmente
quantas vezes vou ao cabeleireiro por ano, (são 6), mas não sabe nada da
astrocartografia dos seus funcionários, senão não o teria mandado para lá.
Durante os
três meses que mediaram o tempo em que se deu o click até à publicação das
revelações feitas ao Guardian, Der Spiegel, etc… , Júpiter (por trânsito) fazia
conjunções a Mercúrio, Ascendente, Marte, Cabeça do Dragão e ao Sol, retirando
a Snowden qualquer hesitação no caminho que tinha escolhido.
Julian Assange
tem o planeta Júpiter que representa fé, no sentido das coisas em que acreditamos,
conjunto a Neptuno, por sua vez conjunto ao Ascendente. É uma combinação de um
altruísta, de uma pessoa capaz de ter
grandes sonhos mas também capaz de se sacrificar pelo bem comum. Neptuno é o
planeta que associamos aos oceanos e à água em geral. É a energia planetária que
dissolve estruturas e, por isso, está simbolicamente relacionado com rupturas
de canos. Em português dizemos que o
“cano pinga”. Em inglês, a expressão é “the pipe leaks”. E foi em 4 de Outubro de 2006 que Julian
Assange funda o website Wiki Leaks, justamente quando Júpiter por trânsito está
sobre o seu Júpiter natal a abrir um ciclo de expansão de 12 anos das suas
actividades de “hacker”. Quando a Wiki Leaks publica o primeiro documento secreto, Júpiter por trânsito faz uma conjunção ao
Neptuno natal, e aí o cano do segredo rompe-se definitivamente.
A astrologia
tradicional designa Júpiter como o “grande benéfico”. Snowden e Assange, não foram
beneficiados directamente, mas quem beneficiou sem dúvida foram os cidadãos do
mundo livre.
Luiza Azancot
Que interessante. Qualquer evento/acontecimento/tendência pode ter uma explicação astrológica, mas tudo isso me parece, ao mesmo tempo, inibidor do livre arbítrio. Será que é válida a velha frase - o destino marca a hora - ou não será bem assim?
ResponderEliminar