15 maio 2017

Mi Buenos Aires Querido (II) - a máquina fotográfica




Nunca seria escolhido para fotógrafo num grupo excursionista. Não fotografo o grupo, não quero ser fotografado, a geografia humana só me interessa se for local, dificilmente, a não ser que seja através de uma selfie, quem vai comigo consegue provar que esteve naquele sítio. 

Como sempre faço nas minhas últimas viagens, tiro dezenas, talvez mesmo algumas poucas centenas de fotografias: uma praça, uma fiada de prédios, pessoas pitorescas, uma curiosidade aborígene, um contraste de cores ou algo que ilustre um futuro texto. Em Buenos Aires - e comprovei-o pelas fotografias que agora vi, fotografei quase sempre para cima, porque é ao nível dos prédios, da arquitectura urbana, que a capital argentina se distingue. As pessoas têm feições europeias, usam roupas europeias, circulam em meios de transporte europeus. Quem aterrar na cidade, e não se ativer a mais nada, está na Europa. E talvez seja isso, também, que dá ao argentino uma certa dimensão arrogante. 




Circular por Buenos Aires é circular pelo hemisfério norte ocidental: podemos estar em Paris, em Viena, em Londres ou Madrid, em Nova Iorque. As ruas são rasgadas, as esplanadas abundantes, os espaços verdes em profusão. Acima de tudo, a arquitectura é europeia, no que essa arquitectura tem de bonito. Mas, acima desse tudo, há uma misturada muito grande, mas uma misturada equilibrada, harmónica, bonita ao olhar. Na mesma correnteza de prédios vemos várias capitais europeias.



Para já, a arquitectura urbana é um dos grandes motivos para se querer regressar a Buenos Aires. É a cidade mais bonita que vi? Não, mas está entre as mais bonitas, mais globalmente bonitas. A série de fotografias que irei pondo é apenas uma pequeníssima amostra...

JdB

    

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