Ontem, por ofício de representação enquanto presidente da Acreditar, fui à Assembleia da República. Não fui discutir aspectos legislativos, nem tentar por juízo na cabeça de alguns / algumas deputados, mas apenas inaugurar, no espaço adequado, uma exposição de fotografias promovida por Pais de crianças com cancro do núcleo norte.
O Parlamento representou-se pela deputada Teresa Caeiro que foi de inexcedível atenção, cuidado e simpatia, tendo percorrido as 20 fotografias (e respectiva legenda quanto às necessidades de crianças / pais) com interesse.
(Antes aproveitei para sensibilizar duas deputadas - uma do CDS e outra do PCP - para uma audiência que solicitámos a algumas comissões, nomeadamente da saúde / segurança social).
Cruzei-me com o Sérgio, sobrevivente de cancro que tem um fortísssimo sotaque nortenho e um genuíno ar malandro, que encontro nas festas de Natal. Passeou-se de chapéu de pala posto ao contrário e acompanhou-nos na visita. Tivemos o seguinte diálogo (de que escolho as partes mais relevantes):
- Então Sérgio, em que ano estás?
- Estou no 8º...
- Não podes parar por aqui. Fazes o 9º, o 10º, 0 12º...
- Mas não vou para a faculdade!
- Então porquê?
- Ou posso ir; mas se puser um fato não levo uma gravata cinzenta.
- Então?
- Talvez encarnada. Tem mais império...
E olhando para a minha gravata, não hesitou:
- A sua, por exemplo, tem maturidade.
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Deixo-vos com Elton John, num grande concerto no longínquo ano de 1986, na também longínqua Austrália.
JdB
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