11 julho 2018

Da claustrofobia

Em 2010 segui, em directo, o resgate dos mineiros chilenos. Dentro do possível, e nos dias anteriores dei atenção ao planeamento, à tecnologia, à organização. Vi a saída do primeiro mineiro e depois fui dormir. Há algumas semanas cruzei-me com um filme sobre esse tema. Nem sempre a ficção ultrapassa a realidade. O filme não acrescentou nada ao que já sabia.

Fui seguindo como pude o resgate dos miúdos tailandeses, assim como do professor. Dentro do possível dei atenção ao planeamento, à tecnologia, à organização. Vi imagens do percurso, vi esquemas do percurso, ouvi e li entrevistas com mergulhadores, espeleólogos, psicólogos, gente que falou de budismo, de infecções, de fé e de coisas técnicas.

A minha claustrofobia - que a tenho um pouco - não é a de um elevador cheio, ou de uma sala com gente a mais. A minha claustrofobia tem a ver com a impossibilidade de me mexer: uma cápsula onde cabe um homem que tem de ficar imóvel, um percurso para sair de um gruta de onde não se pode andar para cima, para os lados nem para trás. Foi por isto, por este horror ao espaço confinado, que não consegui entrar nas pirâmides de Gizé (ou numa delas): entra-se por um corredor e, a partir do momento em que se entra, já é um ponto de não retorno, é sempre em frente até se sair por outro lado. E se quem vai à nossa frente tem um ataque de pânico?

Enfim, tudo está bem quando acaba bem. Daqui a 2 ou 3 anos já poderemos ver tudo num cinema perto de nós.

JdB

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