18 março 2012

4º Domingo do tempo da Quaresma

Hoje é Domingo e eu não esqueço a minha condição de católico.

Confesso as minhas limitações: para leigos como eu, de alguns evangelhos é mais difícil extrair ideias que se apliquem claramente ao nosso quotidiano. Desinspirado para alinhavar duas linhas minimamente interessantes num sábado de clima tristonho - nem chove nem faz sol... - penso nas trevas e na luz de que falam o texto de hoje. Penso nas minhas trevas e nas minhas luzes.

Há cerca de um ano, após ter almoçado com um grande amigo, escrevi sobre tentações. Também elas fazem parte do nosso lado negro. Vencê-las, dominá-las, e até reconhecê-las, é uma forma de deixar que a luz nos invada. No fundo, a escuridão não existe, é apenas a ausência da sua inversa.

De então para cá mantenho a ideia sobre algumas tentações actuais: a tentação do adiamento, a tentação da auto-suficiência, a tentação do comodismo e do egoísmo, a tentação da vaidade ou do poder, a tentação de uma clarividência presumida. Poderia ainda falar da tentação da carne, tão presente na educação católica de muitos de nós, mas a castidade é um conceito que só por si daria um post.

O cardápio de tentações é vasto e aplicar-se-á a qualquer um de nós. Mal dominadas, redundarão em comportamentos que nos afastam do próximo. Interiorizadas, reconhecidas, combatidas - até mesmo reconciliadas -, ajudar-nos-ão a sermos melhores, percebendo e sendo mais tolerantes com as tentações alheias.

A escuridão não existe, é apenas ausência de luz. A luz máxima que poderemos ambicionar nesta época é a presença permanente de Deus nas nossas vidas, um Deus que não é senão amor.

Bom Domingo para todos.

JdB 

    


EVANGELHO: Jo 3,14-21

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
disse Jesus a Nicodemos:
«Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado,
mas quem não acredita já está condenado,
porque não acreditou em nome do Filho Unigénito de Deus.
E a causa da condenação é esta:
a luz veio ao mundo
e os homens amaram mais as trevas do que a luz,
porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más acções
odeia a luz e não se aproxima dela,
para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz,
para que as suas obras sejam manifestas,
pois são feitas em Deus.

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