Ainda não eram 7 da manhã e já eu palmilhava o paredão do Estoril com a minha companhia habitual. Estava uma manhã gloriosa - uma ligeiríssima névoa, uma temperatura amena, o sol que, embora já nascido, ainda não iluminava, no entanto, Cascais. Na baía, barcos e mais barcos num repouso de férias, ancorados ao fundo do mar, à espera do tempo certo para se fazerem ao vento, ajeitando velas, caçando cabos, orçando ou arribando. Naquela hora de passeio está mais do que o esticar das pernas, o activar dos músculos, a tentativa de contrariar uma vida por vezes demasiado sedentária e rotineira. Naquele ir e vir, para além da partilha de uma conversa sempre fluída e agradável, areja-se a mente, descobrem-se novos pormenores no caminho, vislumbra-se uma ideia para um texto, para uma acção, espraia-se o olhar para além daquilo que é possível. No meio do temporal em que as nossas vidas por vezes se embrulham, há estes momentos felizes.
Um bom dia e uma boa semana para quem me lê.
Valeu a pena este passeio, inspirador!
ResponderEliminarPara nós, leitores deste Adeus, que usufruímos deste seu bem-estar matinal, só podemos estar agradecidos à conjugação dos elementos e à beleza do sítio. Porém, estou certa da necessidade dos “óculos do coração” para nos brindar o dia com tão ricas imagens, palavras e sons.
Entre ontem e hoje faz 39 anos que Neil Amstrong disse: “One small step for a man, one giant leap for mankind.”
Esta frase também se aplica ao ciberespaço e porque não a este seu blog?
Bj
Obrigado pela mensagem. Na realidade estava uma manhã mesmo gloriosa! Quanto aos óculos do coração, ainda os tenho, mas têm uma das lentes muito embaciadas. Não devo estar a ver bem o filme, como diriam os jovens...
ResponderEliminarQue saudades do paredão, de manhã bem cedo... é a melhor hora, sem dúvida.
ResponderEliminarEstá sempre convidada, Ana V., que a sua companhia é mais-valia. Se bem que não fique exactamente em caminho...
ResponderEliminarObrigada, mas agora é complicado... Troquei o paredão pelas subidas e descidas de Sintra, que são bem mais cansativas e não têm o mar sempre ao lado... enfim, sempre tenho a Piriquita, no fim da caminhada!
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