23 outubro 2008

Meditações sobre a terceira pessoa do teórico

Levantou-se porque as pernas assim o mandavam;
Estendeu os braços com base em estímulo semelhante;
Olhou para um lado, olhou para outro e ficou indeciso.
Não sabia o que fazer com os membros.
Algo lhe dizia para se ir embora e algo lhe dizia para ficar;
Algo lhe dizia para se levantar, algo lhe dizia para se sentar.
Quando deu por ele vivia um conflito interno permanente,
Alguém havia de ir ao tapete, pois o empate não era opção.
Voltou a levantar-se e a sentar-se, a estender os braços e a baixá-los;
Experimentou a partida, o regresso, a imobilidade.
Testou um olhar para a distância e outro para a proximidade.
Em tudo achou encanto e foi incapaz de escolher: fico ou vou?
Quem passa por ele percebe a indecisão, a incapacidade da preferência certa.
Quem quiser vê-lo passe por lá a qualquer hora, pois não está para ir embora.

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