amadou et mariam, 'sabali'
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por ter medo - tanto - das rosas,
por se lembrar doutros tempos, doutras casas,
morria, todos os dias,
de avulsa melancolia
e de outras coisas.
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o homem da guitarra azul
esperava no espaço dele
por submarinos dourados
à flor da pele.
a guitarra azul do homem
esperava-o no espaço dela
por aviões polinizados
e pelo amor dele nela.
gi
Desculpem a minha ignorância. Alguém me explica o que isto quer dizer?
ResponderEliminarGI, isto ou é muito do além e só os super, hiper sensíveis/inteligentes entendem, ou então, não sei, ficamos por isto mesmo.
Olá, caro/a anónimo/a.
ResponderEliminar'(..) o que isto quer dizer?' - excelente e rara pergunta.
3 andamentos marcam 3 ritmos: o primeiro vivo, alegre, vitalista (como a música de duo improvável de músicos do mali - creio..); o segundo, lento, dando ideia de como certas palavras (certas ideias) nos aparecem (o sujeito poético entra em suspensão de si próprio, à medida que se apercebe da matéria poética); o terceiro, lentíssimo, levando ainda mais longe esse mesmo registo (no caso, um diálogo estilizado entre uma guitarra azul e um homem, exercício de abstracção e metáfora sobre esse mistério que é sempre o amor; e também uma singela e cifrada homenagem a david bowie, a partir de um videozinho dos anos 70, no qual aparece literalmente 'tintado a cor azul').
a poesia como reino da abstracção. e da abstracção à sua real concretização, pelo menos dentro de nós, vai um pequeníssimo passo.
é difícil explicar de forma literal, mas espero, de alguma forma, ter iluminado os recantos eventualmente mais obscuros deste 'post'.
obrigado, por me ler; obrigado, por perguntar.
flores,
gi.
Gi, gostei da resposta. Fiquei na mesma. Adoro o pico de loucura, o desaustinanço e a desformatação. Amei as flores. CDS em oposição ao PCP
ResponderEliminarAgora ao voltar aqui, fiquei meia baralhada...eu entendera o 1º comentário como um elogio, pois muda e queda me fiquei quando vi o post da primeira vez.
ResponderEliminarA cada dia que passa gosto mais do que escreve, Gi, aqui e no seu "jardim". E este post, foi um dos que me encheu as medidas. Devo pois pertencer a esse salutar clube dos loucos e desaustinados, de que me orgulho a desformatação:-)
e explicações à parte, adoro quando mostra poeticamente quem é, mesmo reservando esses recantos obscuros e ocultos que só a si dizem respeito.
assim, allegro vivo, lento, lentíssimo
a.