01 maio 2009





nunca estive em buenos aires. nunca visitei a argentina. nunca coloquei um pé na patagónia (esse lugar mítico acima de quase todos, na minha escala interior). mas li muito sobre esse pedaço austral de terra e mar, partilhado por chile e argentina. eram os meus anos noventa e com eles aconteceram leituras intensas: o mais acessível (e, por vezes, tocante) luis sepúlveda; o chique e 'dandy' bruce chatwin; o velho lobo do mar chamado francisco coloane.. com eles descobri mapas geográficos, deambulei por outros tantos lugares inventados. sei de cor, desde então, nomes como ushuaia, puerto valdés, cabo horn, canal beagle, glaciar perito moreno, punta arenas, parque natural de torres del paine..

um dia, há anos suficientes para o poder agora escrever, gostei muito de uma pessoa que gostava muito de buenos aires - por lá ter vivido. e a cidade nela.

isto tudo para dizer que a argentina é um dos meus 'países afectivos', uma das minhas 'pátrias de estimação'.

segunda-feira, no cinema são jorge, à noite, estará um moderno cantor vindo precisamente de buenos aires. não li o suficiente, para saber se é bom ou mau, de acordo com os puristas e os teóricos da 'world music'. o que sei é que gosto muito da canção abaixo, que vos deixo como aperitivo para o espectáculo. se puderem ir, apareçam por lá - é coisa para valer a pena. chamemos-lhe intuição..

quanto à argentina, a buenos aires, à patagónia, um dia destes ganho coragem. ou então não. é que não se deve voltar aos sítios onde se foi feliz, não é verdade? e eu, sem nunca lá ter ido, dias houve em que, nesses mesmos sítios, como diz o outro cavalheiro da televisão, 'fui muito feliz'.




daniel melingo, 'sin luna'

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