Esta frase demorou-se mais de um quarto de hora à janela da biblioteca do ISCTE, a mais agradável para se estar neste dias ladrões da razão. O espaço da quinta-feira estava à disposição de umas linhas sobre a Universidade, ou outra coisa qualquer, se a vontade para aí estivesse virada. Universal, se me é permitida a ousadia de falar por toda a gente, é a vontade de fazer destes dias amolecidos ao sol aquilo para que eles são perfeitos, abrandar a vida e dedicar umas horas ao cultivo da boa disposição, com quem de direito.
Sou estudante, é o meu ofício e a minha idade na vida, estou sentado na carruagem certa para descarrilar sobre tudo o que, por afinidade ou por sangue, diz respeito à Universidade, coisas tantas que me demorariam, além dos quinze minutos da primeira frase, umas quantas tardes pachorrentas, se sobre elas me pusesse a conversar, na diagonal. Uma contextualização rápida e relativamente precisa diria que eu não estou, nem no curso certo, nem na faculdade adequada mas, com rapidez e com relativa precisão, não se contextualiza convenientemente nada de semelhante complexidade. De qualquer forma, assim fica justificada a escola da minha Universidade, aquilo que eu escolho como peça central do texto ao desafio, as pessoas.
Estes últimos e privilegiados anos têm sido um despertar para toda a riqueza que são os outros, os que já conheço, os que vou conhecendo e os que não sei quem são.
Todos os dias são, invariavelmente, uma escola, numa infinidade de momentos distintos dos quais se tira sempre a mesma lição, saber viver. A minha Universidade ensinou-me que viver é, sobretudo, não estar só e, mais importante que isso, ensinou-me a não esquecer o que aprendi ao primeiro desatino, à primeira curva do caminho. A minha Universidade ajudou-me a descobrir pormenores essenciais, que não sabia que não sabia.
Zé-do-Telhado
ZdT, a escola da vida é sem dúvida a melhor Universidade que qualquer um de nós pode frequentar. O curso é universal, os semestres, intemporais, as notas, ilimitadas. Por mais exames que façamos, nunca nos doutoramos, por mais que estudemos, nunca sabemos toda a matéria, por mais apontamentos que tiremos, nunca estamos completamente preparados. É a escola mais dificil e, no entanto, mais enriquecedora que podemos ter.
ResponderEliminarNo final do curso, vamos para Erasmus, em parte incerta :-)
Um abraço !
Nem o curso certo nem a faculdade adequada! Pior ainda quando não conseguimos cumprir. A culpa é sempre do desajuste. Nunca do nosso esforço também desadequado. O ISCTE (esquecendo o piso das salas de informática, as pessoas mal vestidas, alguns professores irritantemente académicos e alienados, o bar do Sr. António) até é uma boa escola.
ResponderEliminarAprendemos a construir, descontruindo e reconstruindo. A vida é assim mesmo. Bravo zé-do-telhado
Sorry pelo descontruindo. Aprendi no ISCTE
ResponderEliminarmaf, todos a frequentamos, uns com mais atenção que outros =)
ResponderEliminarAna LA, do ISCTE, só conheço a biblioteca, de um sossego louvável é certo,mas que trocava de bom grado por uma praia, ainda que ventosa e cheia de gente barulhenta. =)