Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de Católico.
Realço, no Evangelho de hoje, aquilo que a minha sensibilidade entende ser o mais importante. Para mim, é claro, porque para ensinar aos outros pouco tenho que me qualifique.
Todos nós somos, seguramente - ainda que cada um à sua maneira - um pouco surdos-mudos. Porque somos "surdos" aos outros, àquilo que acreditamos ser a voz da Verdade, à nossa consciência, ao que dentro de nós apela ao serviço ao próximo, ao esforço, à dedicação, à vida plena. Também porque nos calamos na denúncia da injustiça, nos inibimos ao confronto, porque ser convicto, ter princípios e lutar por eles requer um desafio que não queremos combater. Entre o que é justo e a paz preferimos, tantas vezes, esta última.
Jesus ergueu os olhos ao Céu antes de proferir a palavra "mágica". Tal como Ele, também é no Céu que temos de por os olhos, porque é nesse "destino" que encontramos a felicidade suprema. Não aqui, nos nossos contentamentos comezinhos, no cumprimento de obrigações estéreis, numa caminhada sem sentido.
Aos surdos-mudos de alma e de coração resta um desafio: abre-te.
EVANGELHO – Mc 7,31-37
Naquele tempo,
Jesus deixou de novo a região de Tiro
e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia,
atravessando o território da Decápole.
Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar
e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus, afastando-Se com ele da multidão,
meteu-lhe os dedos nos ouvidos
e com saliva tocou-lhe a língua.
Depois, erguendo os olhos ao Céu,
suspirou e disse-lhe:
«Effathá», que quer dizer «Abre-te».
Imediatamente se abriram os ouvidos do homem,
soltou-se-lhe a prisão da língua
e começou a falar correctamente.
Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém.
Mas, quanto mais lho recomendava,
tanto mais intensamente eles o apregoavam.
Cheios de assombro, diziam:
«Tudo o que faz é admirável:
faz que os surdos oiçam e que os mudos falem».
Excelente comentário!
ResponderEliminarUm abraço,
fq