29 novembro 2009

1º Domingo do Tempo do Advento

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de Católico.
A inevitabilidade feliz de não vivemos numa redoma, de não sermos uma ilha, de não sofrermos de uma cegueira egoísta faz-nos olhar à volta, atentar no mundo em nosso redor, ouvir histórias e ser protagonista de histórias.
Para alguns dos nossos amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho, este tempo que se adivinha é um tempo de dor. Não obstante as luzes, a alegria ingénua das crianças, a paz na terra aos homens de boa vontade, há quem seque lágrimas por aqueles que partiram das suas vidas.
Há quem passe esta quadra na saudade de uma ausência sem remédio, no sufoco de uma doença difícil, no vislumbrar de uma porta que se não abre nunca mais.
Há quem passe esta quadra na angústia de uma árvore de Natal vazia ou de uns presentes que só existem nas mãos dos Reis Magos, porque é a dificuldade, é a crise, é o desemprego.
Há quem passe esta quadra na lembrança de tempos felizes, de casas cheias, de vidas fagueiras, de estradas que não tinham curvas.
Neste primeiro Domingo do Advento peço por todos eles, para que não lhes falte a fé, a força e a esperança.
Neste primeiro Domingo do Advento peço para que todos saibamos erguer o facho das nossas vidas compostas para iluminar a estrada sofrida do nosso próximo.
***
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas
e, na terra, angústia entre as nações,
aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor,
na expectativa do que vai suceder ao universo,
pois as forças celestes serão abaladas.
Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem,
com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer,
erguei-vos e levantai a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.
Tende cuidado convosco,
não suceda que os vossos corações se tornem pesados
pela devassidão, a embriaguês e as preocupações da vida,
e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha,
pois ele sobrevirá sobre todos os que habitam a terra inteira.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo,
para terdes a força de vos livrar de tudo o que vai acontecer
e poderdes estar firmes na presença do Filho do homem».

4 comentários:

  1. Junto a minha oração à sua.
    Beijinhos

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  2. Obrigada por nos relembrar estes lados menos felizes desta quadra. É tão verdade o que diz... pcp

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  3. JdB,

    Umas lágrimas atrevidas fugiram-me cara a baixo.

    Não estava á espera, que esta reflexão me apanhasse tanto na curva.....

    "Que c´est triste Venise aux temps des amours mortes, que c´est triste Venise, quand on se n´aime plus..."

    Obrigada

    Até para a semana....

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