Sou a corrida dos meninos
Todos tão pequeninos
Descalços pela calçada
Sou o caminho que salta
E que leva a malta
P’las curvas da estrada
Sou o sopro do vento
Que nascido ao relento
Lava a cara molhada
Sou o poema salgado
Que é o bailado
Das ondas da madrugada
Sou a flor estrangeira
Que nasceu trigueira
No meio do nada
Sou o escorrer dos sonhos
Mais ou menos risonhos
Nos olhos da criançada
Sou a gaveta que tem
O mal e o bem
Desta vida cansada
Sou o amor que estremece
Num acorde maior
Gemido da guitarrada
Sou o fado da vida
Sempre de fugida
Cantado à desgarrada
Sou o cheiro da festa
Que quando começa
Já está acabada.
ZdT.
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