29 agosto 2010

22º Domingo do Tempo Comum

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de católico.

Nos últimos dois dias participei num debate, num blogue perto de mim, sobre as opções políticas de Jesus. Tudo começou com uns versos de Rodrigo Emílio e um post que suscitara dois comentários: a Arte é de esquerda. Cristo era de esquerda.

Acredito que alguns valores da mensagem que Ele nos deixou há dois mil anos sejam conotados com opções tradicionalmente de esquerda: a justiça social, a defesa dos oprimidos, a redução das desigualdades.

Parece-me claro, no entanto, que Cristo não era de esquerda nem de direita. Era, acima de tudo, um humanista, defendendo uma sociedade mais igual, que é diferente de igualitária. Tenho isto por tão óbvio que encerro este tema...

Ora, quem é católico mas não se sente de esquerda tem, por isso, um desafio suplementar: mostrar, por actos e palavras, que a mensagem em que acreditamos não é propriedade de ninguém em particular, mas de todos os Homens de boa vontade.

Quando falava aos noivos que frequentavam os CPM's dizia sempre que o mundo está cheio de advogados competentes, engenheiros competentes, gestores ou médicos competentes. O que marca a diferença é a forma como lidamos com os nossos colaboradores, fornecedores, parceiros, pondo a ética, a consideração, a justiça e o respeito acima de tudo. Até para provar, se aplicável, que não há qualquer incompatibilidade entre ser-se de direita (o que quer que isso signifique actualmente) e viver um cristianismo militante.

O poder e a importância social ou profissional de cada um de nós não devem ser encarados como geradores de direitos ou como um motivo de diferenciação oco, mas como um dever de tornar o mundo um lugar melhor.


EVANGELHO – Lc 14,1.7-14

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
Jesus entrou, a um sábado,
em casa de um dos principais fariseus
para tomar uma refeição.
Todos O observavam.
Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares,
Jesus disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete nupcial,
não tomes o primeiro lugar.
Pode acontecer que tenha sido convidado
alguém mais importante que tu;
então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer:
‘Dá o lugar a este’;
e ficarás depois envergonhado,
se tiveres de ocupar o último lugar.
Por isso, quando fores convidado,
vai sentar-te no último lugar;
e quando vier aquele que te convidou, dirá:
‘Amigo, sobre mais para cima’;
ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.
Quem se exalta será humilhado
e quem se humilha será exaltado».
Jesus disse ainda a quem O tinha convidado:
«Quando ofereceres um almoço ou um jantar,
não convides os teus amigos nem os teus irmãos,
nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos,
não seja que eles por sua vez te convidem
e assim serás retribuído.
Mas quando ofereceres um banquete,
convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos;
e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te:
ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.

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