Numerologia. Fiz anos no dia 11. Sendo que é no mês de Janeiro, 11.1; sendo ainda que também foi este ano, 11.1.11. Tal como disse no outro dia, uma capicua (não tão significativa como o próximo dia de S. Martinho mas mesmo assim...). Mão amiga emprestou-me a revista do Expresso onde se fala neste número. Respingo algumas ideias: o 11 é um número mestre - significa reequilíbrio das forças sociais, com vista a uma maior justiça. A nível emocional, implica aprender a lidar com a dualidade feminino / masculino. O 11 é reequilíbrio - integra dois números iguais, que acentuam as qualidades, positivas ou negativas, do mesmo. São duas forças que se enfrentam e que tanto podem colaborar como agredir-se. Já vou menos burro para a tumba.
Blogue. Na minha lista de visitas regulares a blogues está O Jansenista. Vale a pena visitá-lo e ler, entre outras coisas, o post de Domingo, intitulado Represálias contra Cantanhede. Achei o raciocínio curioso e imaginei este furor de solidariedade humana aplicado a todos os arguidos deste país. Nunca tive qualquer simpatia pelo Carlos Castro que achava, acima de tudo, um homem alimentado a fofocas, com um visual gestual e oratório de estética mais do que discutível. Mas daí a concordar com uma manifestação de desagravo ao presumível assassino vai uma distância considerável. Deus há-de perdoar o rapaz de Cantanhede. Neste momento, confesso, imagino a angústia de uns Pais que ontem viam um filho manequim e hoje vêem um filho monstro sem que, presumivelmente, tenham feito nada para isso. E que o perderão de vista durante muito tempo, porque Nova Iorque não fica em caminho.
Citação (já publicada neste blogue). Está-se só quando no espaço que se costuma percorrer não se corre o risco de encontrar ninguém. É a “fuga dos homens” no sentido material. Está-se só, também quando durante muito tempo não se entra em conversação verbal com ninguém. É a solidão do silêncio. Está-se só, enfim, tanto quanto o espírito no seu fundo mais íntimo não tem nenhum interlocutor, nenhuma companhia. É a solidão do coração. (...) A solidão como um sair de um lado para outro a fim de não encontrar ninguém; a solidão como um silêncio, um calar da dispersão para ouvir o essencial; e, finalmente, a solidão íntima ou profunda, na qual o espírito não possui qualquer interlocutor, que podemos chamar de solidão do coração, e corresponde ao acolhimento da experiência de Deus. [Emanuel Matos Silva, Solidão e Silêncio – Ritmos do encontro com Deus na espiritualidade cartusiana. Portefólio (Revista da Fundação Eugénio de Almeida), nº5].
Trabalho. Parte da minha actividade profissional passa por ditar traduções para um gravador o que faço, em média, durante 1,5 horas. Hoje, num impulso auditivamente narcísico, debitei informações desinteressantes durante seis - horas - seis. Terminei o trabalho e só me ocorreu dizer à pessoa que habita o meu corpo em permanência: não te importas calas-te um bocadinho... Por menos do que isto há gente que mata.
Músicas (por causa do post acima e em lembrança de um concerto que perdi - com dois amigos próximos - por alguns dias...)
JdB
Bom dia JdB,
ResponderEliminarQuem pode sentir solidão depois de 6 horas a ouvir a própia voz? Quando ela bater, tunga, carrega-se no botanito e aqui vai mais uma dose de 6 horas de auto-preenchimento. Valha-nos isso.
Essas solidões abanam, dão que pensar... Obrigada pela discernida citação.
ResponderEliminarBeijinhos