28 janeiro 2011

um jardim às (amor)eiras

abrir o e.mail pela manhã
e sentir a brisa inundar o rosto
mistura de romã e de hortelã
com a luz em zénite de agosto.

rimas forçadas porventura
recomendando mais juízo,
mas a poesia é aventura
e tudo o mais que é preciso.

falo, claro, metaforicamente,
querendo antes dizer Poesia.
repara: uma só letrinha diferente
e tudo é já plena magia.

vistas abertas para o mar
janela-vida rasgada que sorri
afinal, diz a Agustina, terminar
pode ser via-sacra de alegria.

como se abríssemos de par em par
esta estranha coisa - a alma -
e ousássemos outra vez navegar
com toda a garra e toda a calma.

mais não sei dizer, queridas meninas,
que não tenha dito mil vezes no retrovisor:
frémitos, balas, palmas e salvas
,
tudo apenas declinações óbvias deste

infinito e delicado, terno e eterno,
Amor de Inverno -
mas sempre em flor.

gi

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