um verão que ainda arde
fogo sobre fogo, escreves,
numa manobra de aproximação
votada ao mais do que óbvio fracasso.
não haverá nunca palavras exactas
para verter em linguagem o fósforo
de dois corpos, incendiados incendiários,
numa luta corpo a corpo,
o mercúrio estoirando o termómetro,
tudo ou nada - mas nunca morno.
ou seja: novamente vivos estamos,
levantando em glorioso vôo picado
do que ainda há pouco jazia morto.
gi.
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