07 novembro 2011

Vai um gin do Peter’s?


No rescaldo da época de férias (onde elas já vão?...), que muitas vezes foi hora de viagens com a irresistível descoberta de novas paragens, vale a pena convidar também a explorar, mais e melhor, o que está próximo – Portugal. Sim, Portugal vale a pena, como reza um dos títulos das curtas-metragens que o instituto do Turismo de Portugal tem vindo a lançar e que alguns terão visto no final dos comentários do Prof. Marcelo, há uma semana, na TVI (Domingo, 30 de Outubro).

Situada na ponta sudoeste da Europa, a estreita faixa de terra lusa estende-se de Norte a Sul, desfrutando de uma portentosa orla marítima, pejada de areais paradisíacos, sob uma luminosidade única. Em concreto, Lisboa é considerada das capitais do mundo com melhor luz para fotografias!



Pelo menos, exibe um passado inigualável, onde Ulisses e tantos outros terão acostado, ou não fosse um porto por excelência, aberto ao mundo. Cidade impregnada de ecos ancestrais, puro elo de ligação entre povos longínquos. A artista contemporânea, Joana Vasconcelos, costuma compará-la a Istambul, por contraponto a cidades auto-centradas, como Paris e Londres, dobradas sobre si próprias. 

É assombrosa a variedade de climas e micro-climas de que o país goza, muito diferenciado entre a costa atlântica e a raia espanhola, entre as proximidades do cabo galego de Finisterra e a ponta de Sagres, sem esquecer os arquipélagos da Madeira e dos Açores – este último, símbolo perfeito da lendária Atlântida.    

As imagens aéreas falam por si condensando, em escassos minutos, mil anos de história pátria. Sente-se o pulsar de tempos mais recuados, que se perdem no desfiar da memória.


A partir da metrópole adivinha-se um mundo imenso ali contido: do Oriente a África, passando pelas Américas. Persistem, claramente, os vestígios de um império onde o sol quase não se punha (de Timor ao Brasil), abarcando cerca de doze fusos horários.

Assim sobrevoamos magníficos monumentos da grande gesta das Descobrimentos, enriquecidos pelo colorido festivo do folclore nacional ou o fogo de artifício e a animação soft das festas populares portuguesas. País de brandos costumes, que Miguel Torga retratava, sem explicar, ser um conjunto de indivíduos vulcânicos num colectivo estranhamento brando. Ou «subtil», segundo o filósofo basco, Miguel de Unamuno.


Online, percorremos pedaços expressivos do património artístico, sem nos confinarmos às incontáveis jóias em pedra, com zooms cirúrgicos a fachadas de azulejos, ou a recantos mágicos onde se canta fado, ou à arquitectura vanguardista das principais urbes portuguesas, cheia de transparência e de volumetrias ousadas. Tradição e modernidade entrelaçam-se harmoniosa e imprevistamente.

Em pano de fundo, lavamos a vista no recorte verde da fronteira ocidental do país, maravilhosamente bordejada pelo Atlântico. Uma imensidão azul cantado, desde a primeira hora, pelos portugueses – povo de poetas. Dali se rasgam novas fronteiras, se acumulam lágrimas de todas as gerações, se eleva o magno hino da nossa história, composto por Camões. Num verso modesto e muito sentido, Afonso Lopes Vieira gravou em azulejo a sua divisa, de sabor a maresia: «A minh’alma é só de Deus e o corpo da água do mar.». Dificilmente se encontrará um português que não seja apaixonado pelo mar.


Compreensivelmente, este retrato cinematográfico – de temática sugestiva: «The beauty of simplicity» – foi galardoado, em 2011, no Festival de Cinema, Arte e Turismo, decorrido na Polónia, merecendo o segundo prémio da melhor promoção nacional. Digamos que filme e Portugal estão de parabéns! Assim como todos quantos tenham escolhido este jardim à beira-mar plantado para gozar férias inesquecíveis, com muita história. Com os feriados que aí vêm, ainda estamos a tempo de escolher óptimos programas…




Portugal Promotional Tourism Film | 2011,
Produção da Krypton e música de Nuno Maló


Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

1 comentário:

  1. The Beauty of Simplicity - ora aí está um magnífico título. Thanks, MZ. Bjs. pcp

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