22 janeiro 2012

3º Domingo do Tempo Comum

Hoje é Domingo e eu não esqueço a minha condição de católico.

Há uns tempos, numa conversa de amigos, falou-se sobre o que nos fazia chorar nos filmes. Alguém afirmou, com uma candura simples e enternecedora: a mim comove-me a bondade. Ocorreu-me esta  conversa durante uma reunião da Acreditar durante a qual se falou de cuidados paliativos. Subscrevo a frase inteiramente, e digo mais: a bondade faz bem a todos - a quem dela beneficia directamente e a quem a dá, porque nos liberta, dá-nos uma sensação de leveza que pode ser viciante. 

Ser pescador de homens não é angariar gente para encher de vacuidade os bancos de uma igreja, como quem arranja sócios para uma agremiação desportiva. Ser pescador de homens é lutar pela conversão de quem está ao nosso lado. 

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Que cousa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo?
Os dicionários dizem que conversão é uma mudança moral para melhor, mas também dizem que é mudança de forma ou qualidade, sem mudança de substância. A primeira definição é mais óbvia, a segunda é mais desafiante.
Somos convidados, neste tempo, à renovação daquilo que nos é íntimo, não numa dimensão do casulo onde cada um vive consigo próprio, mas numa perspectiva de militância, de olhos postos no nosso próximo. 
Uma conversão que não tenha por trás a ideia de serviço, de entrega, de dádiva, é um conversão coxa, como alguém que vê o mundo através de um muro – ou de um espelho.
Convertermo-nos é vislumbrar o mundo com os olhos do Amor sem limite. É vermos, mais do que olharmos.
Que a frase do Padre António Vieira, que encima este texto, ressoe dentro de nós como um convite. Talvez mesmo como uma incitação.

(Texto publicado hoje no boletim paroquial de Santo António do Estoril)



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EVANGELHO – Mc 1,14-20

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Depois de João ter sido preso,
Jesus partiu para a Galileia
e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus.
Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Caminhando junto ao mar da Galileia,
viu Simão e seu irmão André,
que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.
Disse-lhes Jesus:
«Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O.
Um pouco mais adiante,
viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João,
que estavam no barco a consertar as redes;
e chamou-os.
Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados
e seguiram Jesus.

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