13 janeiro 2012

Rei de Copas


10 originalidades da história de Portugal, que regista uma invulgar profusão de fenómenos insólitos. Haveria tantos exemplos para dar, que os 10 aqui lembrados são apenas a ponta do iceberg:  

1 - A única grande potência colonial, com uma metrópole de pequena dimensão.

2 - A primeira potência europeia a inaugurar um império ultramarino, e a última a perdê-lo.

3 - O único império onde o soberano viveu vários anos numa das colónias (o Brasil), facilitando-lhe a independência.  

4 - Dos países mais antigos da Europa.

5 - Celebrou a mais antiga aliança internacional, firmada com a Inglaterra (1386 e 1387).

6 - O país que mais depressa encontrou solução para resolver a extinção da Ordem dos Templários, sem perdas para o reino. Note-se que outros igualmente expeditos, como o Reino de Aragão, há vários séculos que perderam a soberania.  

7 - Em matéria de canonizações, detém dois recordes: 
     - o processo mais breve, com Sto. António de Lisboa (ou de Pádua), em menos de um ano.
     - o primeiro caso (e até agora o único!) de canonização de crianças, com os 2 Pastorinhos de Fátima: Jacinta e Francisco Marto.

8 - O extremismo violento da Primeira República, elogiado por Lenine, que apontou Portugal como país de referência na aplicação (legislativa) da radicalidade comunista. Mas que pouquíssimas marcas deixou na mentalidade generalizada da população portuguesa, pouco permeável a radicalismos ideológicos.

9 - Um povo invulgarmente tolerante com os erros grotescos dos seus governantes, mas invulgarmente intolerante com o mais leve assomo de ocupação estrangeira: dos romanos, aos castelhanos, passando pelos ingleses durante as Guerras Napoleónicas (porque D.João VI insistia em manter-se no Brasil, a salvo dos tumultos que assolavam a Europa).

10 - Uma geográfica insólita, que bloqueia o acesso da grande massa territorial da Península Ibérica ao Atlântico!  Não por acaso, este facto causou a maior estranheza aos grandes conquistadores europeus, de Napoleão a Hitler, questionando-se sobre a enigmática existência de um enclave independente num espaço de aparência contínua. Mais estranho ainda por se tratar de um enigma tão antigo. 

Maria Zarco  

5 comentários:

  1. Bem apanhado e que oportuno.
    Somos de facto um povo estranho.
    Passa-se um pouco como em família. Todos discutimos, fazemos acusações e negamos e passamos responsabilidades, pouco fazemos para mudar, mas ai de alguém estranho que se meta ou tente equilibrar a festa.
    Bom dia Maria Zarco.

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  2. Bem apanhado e que oportuno.
    Somos de facto um povo estranho.
    Passa-se um pouco como em família. Todos discutimos, fazemos acusações, negamos e passamos responsabilidades, pouco fazemos para mudar, mas ai de alguém estranho que se meta ou tente equilibrar a festa.
    Bom dia Maria Zarco.

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  3. Bem observado, MZ! Aguardo um Rei de Copas SÓ com elogios a Portugal!:) Bjs. pcp

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  4. Ilegalidades
    A independência em 1139(?) foi uma ilegalidade; 1385 foi uma ilegaliade; 1640 outra ilegalidade, 1910, idem; 1926 outra; 1974 alem de ilegalidade foi uma catástrofe.
    SdB(I)

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  5. Quando o tema é Portugal torna-se, rapidamente, inesgotável, riquíssimo e cheio de prós-e-contras. Em matéria de ilegalidades observaria que a história aguenta mal os convencionalismos mantidos pela força da lei (que pode, ou não, coincidir com a justiça), que desrespeitam os direitos fundamentais dos povos. Levado às últimas consequências: pugnar pela legalidade, equivale a pugnar pelo imobilismo na história, o que é um absurdo! A legalidade está longe de corresponder a justiça! Faz sentido achar que o Império Romano foi ilegalmente derrubado? No entanto, à luz da lei, claro que foi. Mas ainda bem, estava totalmente moribundo. Enfim, isto é um debato sem fim. Abraço grande a todos, adorando estas discussões, MZ

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