01 abril 2012

Domingo …. Se Fores à Missa


O Evangelho de hoje é longo, pesado e triste e, no entanto, é um dos mais importantes da liturgia cristã. 

O Evangelho da Paixão de Cristo relata-nos, passo a passo, a forma como Jesus viveu os seus últimos dias de vida enquanto Homem.  Não espero que vocês o leiam, até porque só o tamanho assusta, mas certamente já o ouviram em outras ocasiões e conhecem-no.  Ao lê-lo, quatro palavras ressaltaram na minha mente:  confiança, coragem, entrega e amor.  

Só uma confiança cega em alguém, permitiria que algum de nós saltasse de uma ponte ou se atirasse de uma janela, ao encontro da morte.  Uma criança, de tenra idade, talvez o pudesse fazer se instigada pelo pai ou pela mãe. Cristo avança para o Calvário, sabendo de antemão o tormento que o espera e fá-lo porque tem uma confiança cega no Pai; fá-lo por amor a todos nós; fá-lo porque sabe que o Pai só se pode revelar através da sua própria morte ..... e confia, entrega-se. “Faça-se em mim a tua vontade”.  É o derradeiro acto que alguém pode fazer por amor: morrer para que o outro viva.

E o engraçado é que dei por mim a pensar que, numa escala diferente, também nós podemos fazer morrer partes em nós, partes do nosso carácter, partes do nosso conforto, partes do nosso património, para que outros vivam. Posso matar o egoísmo que há em mim, ficando de imediato mais centrada nos outros; posso matar a preguiça que há em mim, ficando mais activa para os outros; posso matar a intolerância, ficando mais receptiva a aceitar os outros; posso matar o comodismo, ficando com mais tempo para os outros. E assim sucessivamente.... cada um de nós sabe o que deve matar em si. A morte não é o fim, mas sim a transformação para algo melhor. Até a morte física, a que de longe mais nos assusta, mais não é do que uma passagem para outro estado, para outro nível. Quem tem a sorte de ter fé, como eu, acredita que o outro estado será melhor, mais puro, mais pacífico. Cada vez mais acredito que, na morte, poderemos encontrar paz. Apesar de os sentimentos, de quem fica, serem normalmente de dor, desespero, revolta, incompreensão, acredito que quem parte encontra finalmente a paz. E isso ajuda-nos, a nós que cá ficamos, a encarar a morte com outros olhos. Sem dúvida que Cristo assim o fez.

Domingo, Se Fores à Missa ......  Transforma-te !

Maf

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos

Naquele tempo, os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho, logo de manhã, com os anciãos e os escribas, isto é, todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-l’O a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe:  «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu:  «É como dizes».  E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-O de novo:  «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam». Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado. Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos, que numa revolta tinham cometido um assassínio. A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes.
Pilatos respondeu:  «Quereis que vos solte o Rei dos judeus?». Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes  O tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás. Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:  «Então, que hei-de fazer d’Aquele que chamais o Rei dos judeus?». Eles gritaram de novo:  «Crucifica-O!».  Pilatos insistiu:  «Que mal fez Ele?».  Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-O!». Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado.
Os soldados levaram-n’O para dentro do palácio que era o pretório, e convocaram toda a corte. Revestiram-n’O com um manto de púrpura e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-l’O: «Salve, Rei dos judeus!».  Batiam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d’Ele. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas roupas. Em seguida levaram-n’O dali para O crucificarem. Requisitaram, para Lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, imão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não o quis beber. Depois crucificaram-n’O. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando O crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito: «Rei dos Judeus».
Crucificaram com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo: «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz». Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo!
Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos». Até os que estavam crucificados com Ele O injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: J «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?». Que quer dizer:  Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?». Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias».  Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse: «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali». Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou: «Na verdade, este homem era Filho de Deus».

Palavra da salvação.

3 comentários:

  1. Na mouche, Maf!
    Obg
    fq

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  2. MAFINHA

    Brilhante.
    Muito obrigada.
    CA

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  3. Olá, tudo bem? Gosto muito de conhecer outros blogs, de saber o que andam escrevendo outros autores!

    Quando quiser, visite meu blog!

    Um abraço,

    Eduardo

    www.maneirasimples.wordpress.com

    Brasil

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