27 junho 2012

a nossa geração


às vezes,
é como se conduzisse um carro,
mantendo um olho na estrada que leva ao futuro
e o outro no retrovisor.

emparedado, entre uma coisa e outra,
fácil é ficar estrábico (que me desculpem os estrábicos),
até porque não podemos deixar de continuar
a olhar também para o painel de instrumentos,

seus manómetros, indicadores, luzinhas vermelhas a piscar,
toda uma panóplia de tempos presentes
reclamando atenção
urgência.

inspiro-me na beat generation,
para brincar aos poemas,
na vã esperança de que não me saia ao caminho
uma outra geração (a nossa, temo bem):

the beaten generation.

outra forma de dizer que também nós (nos) perdemos.

gi.

4 comentários:

  1. sempre perfeito!
    Beaten, beat, mas também pode ser saved by the bell.
    Há minutos escrevia num trabalho meu
    "Uma das constantes mais importantes da era em que vivemos é, sem dúvida, o poder de escolha do indivíduo, a sua capacidade e obrigação de tomar decisões e de ser responsável pelas suas escolhas. A pulverização dos núcleos de conhecimento e a diluição do poder das autoridades tradicionais a isso o obriga."
    Bora lá que está na hora de tocar a sineta.

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  2. Não concordo, gi. Ninguém se perde colectivamente. Só nos perdemos individualmente. Isto se não soubermos/tivermos os skills para ultrapassar as dificuldades que qualquer geração, qualquer momento histórico tem. Gosto mais dos seus poemas românticos! Mas está sempre bem, claro. pcp

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  3. Dito isto, percebo muito bem o que quer dizer, claro. pcp

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  4. Well gi, i am certain you must know The Beat(en) Generation by The The. Best wishes, PO

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