Bizarrias. Sento-me na Iberjoya (Madrid) a ver quem passa, enquanto A. deambula por ali à procura de potenciais negócios. Passos os olhos pelo jornal e, na última página, sou confrontado com um novo recorde do Guinness - a mulher mais baixa do mundo. É uma indiana que tendo atingido a maioridade (condição necessária para ir a concurso) se quedou nos pouco mais de 61 ou 62 cm. Impressão, impressão, não foi a altura diminuta, mas o ar sorridente com que, estendida numa mesa e com dois livros nas extremidades, se deixou medir. Ambiciona ser actriz em Bollywood e garante que vai ter sucesso. Acima de tudo não se deixa fotografar com políticos, porque não vende a imagem. Não sei se inveje o sorriso se me confranja. O título da fotografia é inequívoco: o zoo do século XXI.
Beleza. Fui a Roma pela primeira vez há 30 anos. Voltei lá em 1986. De ambas as visitas retive uma certeza inabalável: a mulher italiana era a mais bonita do mundo. Regressei em 2011 e tudo se desvaneceu. Raparigas feias, com mau ar, deselegantes, más figuras. Falo, obviamente, da mancha de que nos apercebemos quando andamos na rua. Estive em Madrid três dias. A tal mancha foi francamente positiva: raparigas/mulheres bem lançadas, com bom ar, elegantes, figuras bonitas ou equilibradas.
La movida. 6ª feira fomos deambular pelas ruas. Entre as 17 horas e as 23.30 andámos pela Gran Via e ruas adjacentes que desembocam na Plaza Mayor/Puerta del Sol. Gente, gente, gente, predominantemente locais - ou pelo menos a falarem castelhano como locais. Uma mole imensa a descer e a subir ruas, a falar alto, a ocupar passeios e praças, a ver artistas de rua, a gozar os 28º - 30ºC que se fazem sentir. Retenho a Calle Montera, ainda ao fim da tarde. Não há um lugar numa esplanada, transita-se a pé com dificuldade. De repente, surgida do nada, uma mulher bonita, com uma figura esmagadora do alto dos seus mais de 1,80 m, um vestido preto e justo a realçar-lhe a elegância. É uma prostituta. Já não me choco facilmente com este tipo de exploração mas surpreendeu-me o cenário, de tão contrastante que era: dia claro, a rua ocupada maioritariamente por jovens, ela muito bonita, desenquadrada da dignidade e do ambiente, sem uma penumbra a disfarçar. Vidas perdidas, quando poderiam ser aproveitadas numa actividade menos humilhante e mais estética. E se ela merecia...
Imagens de Madrid.
JdB
Este estabelecimento tem um dono curioso. Digo curioso, não porque seja especialista na curiosidade, mas sim porque encontra, cheio de graça e mestria, encantos e bizarrias entre as pedras desgastadas de qualquer calçada.
ResponderEliminarA fotograafia diz que está a medir a altura; errado.
ResponderEliminarEstá a medir o comprimento
SdB(I)