Pós-graduação. À luz do que (não) sei hoje, já devem ter sido lançadas as notas relativas ao 1º semestre. Tive um feedback longo e importante do professor de Arte e Ensaio durante uma conversa em que se falou de muita coisa, nomeadamente do meu futuro académico. Neste momento está em cima da mesa uma primeira hipótese: mestrado em estudos portugueses. Terei de investigar se é esse o mestrado que me é mais apropriado, porque a única certeza que tenho é a de querer continuar a estudar, assim o possa fazer em termos financeiros e de tempo. Do feedback ao ensaio sobre a santidade retiro muito, sobretudo as oportunidades de melhoria, que sempre são algumas, ou não estivesse eu a aprender...
Fim de tarde. Reid's, no Funchal, ao fim da tarde. Um Earl Grey (chá perfumado com bergamota, o que faz dele o rei dos chás); uma fatia de bolo de mel com uma colher de gelado de canela, harmoniosamente colocados num prato; ao lado, dois casais ingleses sem sotaque cockney nem vislumbre de tatuagens nos braços; um piano a proporcionar um fundo musical agradável; pela frente uma vista deslumbrante, um fim de tarde a provocar inveja; por dentro, a certeza de que mesmo num Funchal democraticamente estragado, amplamente cimentado em nome do turismo de massas, há sítios requintados onde o ruído, que a ciência designa como som indesejável, ainda não tem lugar. Reid's, ao fim da tarde.
Doenças. Todos temos defeitos, herdados, ou adquiridos de outra forma. Há os egoístas, os ciumentos, os avarentos, os orgulhosos, os rancorosos, os preguiçosos, etc. Há também os defeitos que serão o negativo das qualidades levadas a um excesso: o excesso de generosidade, o excesso de discrição, o excesso de humildade... Durante o dia de sábado, por um motivo que não vem ao caso, alimentei a ideia de que sofria de uma patologia específica que havia sido diagnosticada a uma pessoa de quem sou amigo, e se pensa ser parecida comigo. Achei plausível. Na tarde de Domingo pesquisou-se na net o que era esta patologia. Na dúvida, porque os sinais eram contraditórios, enviei um sms a quem me conhece bastante bem tecnicamente. A pergunta era simples: sofro de patologia da...? A resposta foi imediata e taxativa: absolutamente não! Alguns mails trocados durante a noite revelaram que afinal tenho uma pitada (sic) de um transtorno de... Sim, é verdade que terei, reconheço-o. Há, em todo este processo, dois aspectos a tomar em consideração. O primeiro tem a ver com auto-conhecimento. É bom que eu saiba o que tenho para poder corrigir, assim como é bom que quem vive mais próximo de mim o saiba também, para me perceber e ajudar. Mas há outro aspecto mais humorístico, que é o encanto de se sofrer de uma patologia de..., ou de um transtorno de... (ainda que na forma feliz de pitada) em vez de ter um defeito. No fundo, como se nos referíssemos a um zé qualquer e, em vez de afirmarmos que é um grande maçador, devêssemos dizer que sofre de síndrome de seriedade obnóxia...
Livros . No remanso do Funchal atiro-me com deleite qb - e nas horas vagas, que não estou de férias - a Mel, de Ian McEwan, uma história passada nos Serviços Secretos ingleses em meados dos anos 70. Boa leitura, fluida, um dos livros classificados por vários jornais/blogues como um dos melhores de 2012. No continente deixei duas obras que, lidas paralelamente, revelam um pouco do sol e sombra que somos todos. Nem só o corpo, nem só a alma...
Nota: é a segunda 3ªfeira que não posto música, desrespeitando o meu compromisso do Duas Últimas com o meu amigo fq. Curiosamente, é-me mais fácil escrever um moleskine do que discorrer sobre uma música específica. Comprometo-me para amanhã, e penalizo-me perante o homem de Murfacém.
JdB
Bela novidade, o mestrado!
ResponderEliminarQuanto à parte final, o dono do estabelecimento é soberano...
Abr e boa estadia na ilha pérola.
fq
Sonhei,saboreei,diagnostiquei e sobretudo gostei deste Moleskine.
ResponderEliminarBeijinhos