25 setembro 2013

Diário de uma astróloga – [61] – 25 de Setembro de 2013


Por que decidiu ser astróloga?

Esta é uma pergunta que fazem clientes, amigos e conhecidos. A minha resposta depende do seu nível de compreensão da astrologia, quanto tempo eu tenho e, obviamente da minha disposição. Varia entre repostas com elementos de esoterismo, espiritualidade, aspectos técnicos da minha própria carta, etc.

No entanto, a versão curta é .... por causa do meu filho.

Aqui está a história completa: o meu filho era uma criança difícil. Não se conseguia estabelecer um horário. Comia e dormia quando lhe apetecia. Aos 4/5 anos comecei a preocupar-me com o seu comportamento. As brigas com as outras crianças eram excessivamente violentas. Os seus jogos eram perigosos: quantas crianças depois de verem um filme do Tarzan amarraram uma corda ao corrimão e deslizam 10 metros? Cada pedido que eu fazia, cada ordem que eu dava, tal como "toca a vestir para ir para a escola” tinha o potencial de se transformar num confronto, numa verdadeira batalha. Ele tinha que ter sempre a última palavra. Quando não estava a batalhar era um miúdo doce. E, como objecto de segurança, em vez de um cobertor ou de um boneco de peluche, ele andava com um lenço de renda mais tarde substituído por um bocado de corda.

Na minha cabeça via imagens do adolescente delinquente e pervertido.

Entra a astrologia. Mandei fazer a carta dele. Tem cinco planetas em Balança, mas a característica mais marcante é uma conjunção Sol, Marte e Plutão.



O planeta de identidade, o planeta da afirmação e o planeta do poder todos juntos. A conjunção amplifica as energias tornando-as mais agressivas. De facto ele lutava (Marte) até a morte (Plutão) ou como se sua vida dependesse disso, era ousado (Sol + Marte), dava importância à coragem (Sol + Marte), e estava ciente da importância de poder (Sol + Plutão).

O signo destes planetas – Balança - harmonia, a paz, a estética - explica o lencinho de renda e a sua doçura, mas é um signo difícil para Marte e também para Plutão. Marte rege Carneiro, que é o signo oposto a Balança. Marte é o veículo da individualidade, da autonomia, tendo que expressar essa energia de forma cooperativa, com doçura, intelectualmente .... Tudo isso na casa 11 dos grupos, associações, causas humanitárias, acrescentava dificuldade de expressão a uma criança de 5 anos.

Perguntei a mim própria: como poderia ajudar o meu filho a encontrar uma forma positiva para ser quem é? Como ajudá-lo a entrar no seu caminho de desenvolvimento? Como não quebrar o seu espírito corajoso? Como poderia minimizar o risco de se magoar ou de magoar outras crianças fisicamente e psicologicamente?

Sol, Marte, Plutão conjuntos em Balança é uma combinação rara e, num período de 500 anos, só aconteceu durante 20 dias em 1972 e 1974 e, antes, apenas durante mesma quantidade de tempo em 1485 e 1487. Não há muito onde ir buscar antecedentes!

Pensando nos arquétipos zodiacais encontrei a solução inscrevendo-o numa aula de artes marciais. Reúnem em grupos (casa 11), embora as lutas sejam individuais (Sol / Marte). Ele era muito pequeno, por isso era necessário coragem (Marte) enfrentar miúdos mais velhos e maiores. Aquele que vence prova ao mundo que é o mais poderoso (Sol / Plutão). Todas as lutas são finais (Marte / Plutão), há um vencedor e um vencido.  Ao mesmo tempo, são ARTES marciais porque não é apenas a força bruta, exige inteligência para entender como aplicar o corpo e a sua força. Balança é um signo de ar onde a estratégia e o lado mental contam.

A prática de artes marciais permitiu-lhe usufruir do seu caráter e não reprimi-lo. Lentamente começou a dirigir sua agressividade para lutas de judo, e as batalhas familiares diminuíram. A sua adolescência correu bem. Hoje comemora seu 39º aniversário e é um homem bem-sucedido na sua carreira e na sua vida familiar, mas consciente do poder da sua personalidade.


Gosto de acreditar que a astrologia teve um impacto positivo, se não determinante, na sua vida. Eu decidi ser astróloga porque acredito que possa ter um impacto positivo na vida dos outros, ajudando-os a tornarem-se quem verdadeiramente são.

Luiza Azancot

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