20 outubro 2014

Vai um gin do Peter’s?

Dando continuidade ao gin de 15 de Setembro, sobre casas e quintas por todo o país, que são testemunhos eloquentes de um património arquitectónico muito interessante, mas bastante ignorado, aqui vão mais 4 exemplos de grandes edifícios a aguardar obras de restauro urgentes: 

CONVENTO DE S.FRANCISCO DO MONTE – Viana do Castelo


Este monumento fica situado na freguesia de Santa Maria Maior, Viana do Castelo. Data dos finais do séc. XIV, sendo um dos três primeiros conventos da Ordem dos Frades Menores a ter sido erguido em Portugal.

Infelizmente, encontra-se em estado de degradação avançada, embora mantendo o ambiente recatado e místico de outras eras.

CASA DO RELÓGIO – Porto
Fotografia de: http://ruinarte.blogspot.pt/    


Também conhecida por casa Manuelina, pela profusão de elementos náuticos num neo-gótico tardio e heterogéneo, tem uma localização privilegiada no Porto, junto à foz do rio Douro.
Mandada construir pelo republicano Arthur Jorge Guimarães e sua esposa, tem estado abandonada, precisando de uma intervenção muito exigente e de fundo.

CONVENTO DE SANTA CLARA-A-VELHA – Vila do Conde


Fundado por D.Afonso Sanches, o Mosteiro de Santa Clara está localizado no centro histórico da cidade Vila do Conde. Não sendo fácil recuperá-lo, tem estado votado ao abandono.

Pelas suas características e dimensão, equacionou-se convertê-lo em pousada. E, até há pouco tempo, aguardava luz verde para a implementação de um projecto camarário de recuperação do edifício.


CONVENTO DE S.BERNARDO DE TABOSA – Sernancelhe


Fotografia em expressodalinha.blogspot.pt

Este espantoso exemplar da Ordem de Cister está localizado numa zona montanhosa e isolada, como era comum aos grupos de religiosos que procuravam o silêncio. Assim serviam as populações das redondezas, pela sua presença protectora (normalmente, com capacidade de intervenção militar) e enquanto foco cultural e de desenvolvimento económico das regiões. Curiosamente, era frequente a escolha inicial de ermos evoluir depois para a constituição de povoados e, mais tarde, de cidades, à medida que as comunidades se vinham abrigar nos contrafortes destes polos de segurança.  

Hoje, o vasto conjunto encontra-se em estado muito debilitado, apenas conservando a Igreja, a sacristia, o claustro e o mirante.

* * *

Apesar de todos estes edifícios reclamarem obras de restauro hercúleas, são também a prova viva de algum empreendedorismo e de uma diversidade patrimonial bem mais rica do que é comum admitir-se. De facto, há ainda tanto por descobrir, em Portugal, que bem merece ser revisitado. 


Maria Zarco

(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

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