Estava eu por estes dias a ser fustigado com notícias em
catadupa sobre os “41 anos do 25 de Abril” e os “40 anos das eleições para a
Constituinte” quando me veio de súbito à memória a Brigada Vítor Jara, que me
lembro de ouvir sobretudo em discos de vinil, em anos já distantes mas fáceis
de enquadrar.
Não se tratou de uma associação revolucionária de pessoas
ou de ideias, pois de revolucionário pouco tenho. Aliás, não gosto por
princípio de revoluções, porventura às vezes necessárias, mas normalmente remédio
santo para a destruição e o “marcar passo” de países e de sociedades. A de Abril
74, tentativa importadora dos ideais da “liberdade, igualdade e fraternidade”, fugiu
pouco a essa generalização.
A Brigada Vítor Jara foi criada em 75, talvez no “Verão
quente”, por gente de Coimbra. Começou por participar nas campanhas de
alfabetização e dinamização do MFA (na sua vertente educadora), de resultados
no mínimo incertos. Vítor Jara era um poeta e cantor chileno de intervenção,
militante comunista, apanhado e morto nos dias seguintes ao golpe que derrubou
Allende.
Se muito me afasta da Brigada, a sua música tem um
efeito de aproximação. Bem como a voz límpida e segura de Né Ladeiras, a dar aqui
os seus primeiros acordes. E a recuperação de boa música tradicional
portuguesa, das mais variadas proveniências, com recurso a excelentes
instrumentações.
Trago-vos dois exemplos, o primeiro dos Açores e o
segundo da Beira Litoral (este não dos Açores, como aparece no vídeo), ambos do
álbum “Tamborileiro”, de 1979, que espero que apreciem tanto como eu.
fq
"...tentativa importadora dos ideais da “liberdade, igualdade e fraternidade...”,
ResponderEliminardesabafo monárquico em versão miguelista ?
importar????? porquê ? os portugueses não têm esse ideal ?
ATM