28 abril 2015

Duas Últimas

Estava eu por estes dias a ser fustigado com notícias em catadupa sobre os “41 anos do 25 de Abril” e os “40 anos das eleições para a Constituinte” quando me veio de súbito à memória a Brigada Vítor Jara, que me lembro de ouvir sobretudo em discos de vinil, em anos já distantes mas fáceis de enquadrar.

Não se tratou de uma associação revolucionária de pessoas ou de ideias, pois de revolucionário pouco tenho. Aliás, não gosto por princípio de revoluções, porventura às vezes necessárias, mas normalmente remédio santo para a destruição e o “marcar passo” de países e de sociedades. A de Abril 74, tentativa importadora dos ideais da “liberdade, igualdade e fraternidade”, fugiu pouco a essa generalização.  

A Brigada Vítor Jara foi criada em 75, talvez no “Verão quente”, por gente de Coimbra. Começou por participar nas campanhas de alfabetização e dinamização do MFA (na sua vertente educadora), de resultados no mínimo incertos. Vítor Jara era um poeta e cantor chileno de intervenção, militante comunista, apanhado e morto nos dias seguintes ao golpe que derrubou Allende.

Se muito me afasta da Brigada, a sua música tem um efeito de aproximação. Bem como a voz límpida e segura de Né Ladeiras, a dar aqui os seus primeiros acordes. E a recuperação de boa música tradicional portuguesa, das mais variadas proveniências, com recurso a excelentes instrumentações.

Trago-vos dois exemplos, o primeiro dos Açores e o segundo da Beira Litoral (este não dos Açores, como aparece no vídeo), ambos do álbum “Tamborileiro”, de 1979, que espero que apreciem tanto como eu.


fq



1 comentário:

  1. "...tentativa importadora dos ideais da “liberdade, igualdade e fraternidade...”,


    desabafo monárquico em versão miguelista ?

    importar????? porquê ? os portugueses não têm esse ideal ?

    ATM

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