12 julho 2016

Duas Últimas

Tenho com o futebol uma relação de algum afastamento e desinteresse. E, nesse sentido, a emoção que vivo por ver Portugal ganhar tem também uma dimensão específica. Se assim não fosse a emoção de toda a população portuguesa seria igual por ver um compatriota ganhar no remo, no lançamento de dardos ou no bridge. Por outro lado, como o meu interesse é relativo e o meu entendimento técnico do assunto é bastante reduzido, não consigo desligar-me do entusiasmo que me provoca o jogo. Não basta ser Portugal a jogar, tem de manter-me acordado.

Segui com interesse o jogo de Domingo. Não segui com entusiasmo porque, para além de outros motivos, o jogo não me entusiasmou por aí além. Serei crucificado pelos poucos que me lêem, mas não achei que Portugal tivesse jogado fantasticamente. Talvez tenha jogado eficazmente já que, com eventual menos posse de bola e com menos oportunidades, ganhou o jogo. Gosto de pensar que deve-o muito a Rui Patrício, jogador do meu clube. Se fosse ao contrário, e víssemos França a ganhar jogando menos também falaríamos na eficácia?  

Se gostei que Portugal tivesse ganho? Claro, sem histerias nem nacionalismos bacocos. E gostei que Portugal tivesse ganho a França - país pelo qual tenho uma opinião menos favorável (alguém que me desculpe) que passaram os últimos dias a dizer mal do futebol português e que sempre nos olharam com arrogância. O facto de não terem iluminado a torre Eiffel com as cores de Portugal, alegando uma votação qualquer, é demonstrativo do carácter gaulês (pelo menos neste assunto específico). Ganhar a França, portanto, no reduto deles, encheu-me de um gozo especial, até por alguma violência durante o jogo.

Deixo-vos com música francesa, (quase) a melhor entre as melhores.

JdB

           

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