Estou em Monsaraz. Podia falar dos pezinhos de coentrada que provei e cuja consistência me suscitou desinteresse; podia falar do vinho, do bom tempo, do fim de tarde glorioso, da antevisão de uma ida a Olivença, aquele enclave luso em terras castelhanas. Mas o que fixo é isto: o silêncio, a lonjura, o infinito, um ou outro regresso a uma adolescência feliz, a calma. Acima de tudo o silêncio, esse bem escasso nas sociedades modernas.
Alentejo
A luz que te ilumina,
Terra da cor dos olhos de quem olha!
A paz que se adivinha
Na tua solidão
Que nenhuma mesquinha
Condição
Pode compreender e povoar!
O mistério da tua imensidão
Onde o tempo caminha
Sem chegar!...
Miguel Torga, 1974, in "Antologia Poética"
Para mim, Monsaraz é um povoado misterioso. Cenário e geografia para contos ou filmes intemporais.
ResponderEliminarAlegro-me por ter ido lá.
eo
Pois... Compreendo! Uma pessoa apaixona-se por esse silêncio...
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