14 novembro 2018

Crónicas de um viajante ao Japão (III)


Algumas pessoas - e estas pessoas são, normalmente as que se encontram fora da Igreja Católica - gostam de criticar o comércio religioso que floresce junto a locais de culto. E falam ainda de alguma superstição que rodeia a ideia de rezas para a obtenção de favores. Apesar de aquilo que as mover nem sempre ser uma crítica ligeira, mas um desejo de cravar mais uma ferroada na Igreja, não deixo de concordar com elas um pouco: na verdade, há um comércio demasiado junto de alguns locais, agravado pela reduzida qualidade estética dos produtos à venda. Por outro lado, não sou fã da ideia da intercessão dos santos ou das rezas que as pessoas lhes fazem para a obtenção de finezas.

Ontem estivemos em Nara, uma pequena cidade a 30 minutos de comboio de Quioto. Visitámos pagodes e templos, todos de uma imponência e beleza sem igual. Um deles (de que porei fotografias um dia) limita-se a ser a maior construção em madeira do mundo. Entrámos num: junto ao altar, pequeninas madeiras à venda onde as pessoas podem inscrever um pedido qualquer. Segundo um aviso em A4 branco plastificado, os deuses (ou aquele(s) específico(s) são particularmente eficazes na resolução de problemas de saúde, no acompanhamento dos mais idosos e - isto é que é importante - na melhoria de notas e no auxílio à entrada na faculdade. Noutro templo, particularmente bonito, uma quantidade imensa de artigos religiosos à venda. 

Declaração de interesses: sou um admirador do Japão e de algumas das suas características. Mas, neste caso em apreço, gosto de citar Vasco Santana: Carneiro amigo, andamos todos ao mesmo.

JdB

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