17 março 2021

Vai um gin do Peter’s ?

PALACETES MENOS CONHECIDOS DE LISBOA – I PARTE

No portal «Lisboa Secreta» surgiu um itinerário com obras de arquitectura, que passam despercebidas à maioria. LX SECRETA pertence a um grupo de comunicação, que é membro da rede internacional Secret Media Network (https://secretmedianetwork.com/), fundada com o propósito de dar a conhecer o lado menos visível e mediático das metrópoles por esse mundo fora, seguindo o lema «Your city’s secrets».

No portal alfacinha, a resenha de palacetes românticos da Lisboa antiga foi publicado a 29 de Janeiro, abrangendo um conjunto de edificações construídas entre o final do século XIX e o início do XX.

«Roteiro por palacetes de outros tempos que merecem ser eternizados

No início do séc. XX, Lisboa era detentora de edifícios bem carismáticos que acentuavam o charme burguês da cidade.

Os palacetes eram obras de traço arrojado e beleza inigualável — alguns foram até agraciados com o Prémio Valmor, que distingue, desde 1902, a qualidade arquitetónica de novos edifícios. Eis um roteiro por palacetes de outros tempos que merecem ser eternizados!

Palacete Empis

Localizado na Avenida Duque de Loulé, 77, a Casa Empis foi desenhada pelo arquiteto António Couto de Abreu. Em 1907, arrecadou o Prémio Valmor — segundo a CML foi, aliás, “o primeiro edifício premiado com Valmor a ser demolido, em 1954, ocupando atualmente o seu lugar um edifício de 7 andares”. O seu estilo arquitetónico define-se como Francisco I.

Foto: António do Couto Abreu (c. 1907) | Arquivo Municipal de Lisboa

Palacete neo-manuelino no Campo Grande

No início do séc. XX, este era um dos vários palacetes que povoava o Campo Grande. Acabaria por ser demolido em 1951 aquando da construção da Cidade Universitária.

Foto: Paulo Guedes (19–) | Arquivo Municipal de Lisboa

Palacete “Casa da Cerâmica”

No cruzamento do nº 5 da Rua Braamcamp com a Rua Mouzinho da Silveira existiu um palacete apelidado de “Casa da Cerâmica”. Seria demolido a meio do séc. XX.

Foto: Paulo Guedes (19–) | Arquivo Municipal de Lisboa

Palacete Valmor

O Palacete Valmor é dos poucos edifícios que chegou aos dias de hoje e chegou a ser, em 2019, uma Guest House. Localizado no cruzamento da Avenida da República, 38, com a Visconde Valmor, foi edificado em 1906 com projecto do arquiteto Miguel Ventura Terra. Obteve, nesse mesmo ano, o prémio Valmor.

Foto: Paulo Guedes (19–) | Arquivo Municipal de Lisboa

Palacete na Praça Duque de Saldanha

Localizado na esquina entre a Praça do Saldanha, 12, e a Avenida da República, este belo palacete é outro dos poucos edifícios do início do século XX que ainda resistem. Terá sido edificado entre 1907 e 1908 com inspiração art-deco e acredita-se que o projeto foi de José Luís Monteiro. Chegou a ser sede de campanha de Mário Soares, que aqui discursou quando conquistou a Presidência da República. Ganhou a Menção Honrosa no Prémio Valmor de 1912.

Foto: Paulo Guedes (c. 1912) | Arquivo Municipal de Lisboa

Palacete da Avenida de Berna

Edificado em 1909, este palacete é ainda um dos belos edifícios que Lisboa ainda possui. O projeto foi do arquiteto Manuel Norte Júnior e foi das primeiras construções habitacionais da Avenida de Berna. Ocupa, portanto, o gaveto dessa avenida com a Avenida da República. Representa uma fusão de estilos arquitetónicos, com destaque para a Arte Nova, e chegou a ser sede da EMEL até 2013. Atualmente é propriedade da Junta de Freguesia das Avenidas Novas.

Foto: Estúdio Horácio Novais (post. 1933) | Arquivo Municipal de Lisboa

Palacete na Avenida da Liberdade

Situado no cruzamento da Avenida da Liberdade, 193, com a Rua Barata Salgueiro, este belo exemplar está ainda de pé. Define-se como um palacete romântico de final do século XIX e, desde 2018, é concept store da marca Massimo Dutti.»

Foto: Paulo Guedes (19–) | Arquivo Municipal de Lisboa


I Parte da peça de Inês Santos, 

Publicada a 29-Janeiro-2021

No próximo “gin” seguirá a segunda parte da colecção de casarões, que ainda perduram por Lisboa e apetece (re)ver nos passeios tranquilos pela cidade, que precisa de tempo e atenção para revelar os seus muitos segredos.  

Maria Zarco

(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

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