25 julho 2025

um verão que ainda arde *

 fogo sobre fogo, escreves,
numa manobra de aproximação
votada ao mais do que óbvio fracasso. 

não haverá nunca palavras exactas
para verter em linguagem o fósforo
de dois corpos, incendiados incendiários, 

numa luta corpo a corpo,
o mercúrio estoirando o termómetro,
tudo ou nada - mas nunca morno. 

ou seja: novamente vivos estamos,
levantando em glorioso vôo picado
do que ainda há pouco jazia morto.

gi.

* publicado originalmente a 21 de Outubro de 2011

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