GENEROSIDADE EM BARCELONA E MAGIA EM PARIS
Há 20 anos que a neta do mítico oftalmologista catalão Barraquer viaja com uma equipa de médicos especialistas, até aos locais mais remotos e pobres do planeta, para oferecerem os seus préstimos e salvarem da cegueira quem não tem meios para, sequer, ir ao médico, quanto mais avançar para a sala de operações.
O título da entrevista «Ver con los ojos… y con el corazón» transmite o lema do trabalho missionário da dinastia de oftalmologistas catalães, baseada numa permuta perfeita: para uns voltarem a ver com os olhos, outros precisam de os olhar com o coração, que tanto completa o ofício médico:
Segundo descreve a neta Elena, o avô tinha uma mentalidade de Robin Hood, com duas portas na sua concorridíssima clínica (onde a minha irmã mais nova foi consultada, em criança), aplicando a lógica de receber de quem podia, para ajudar a pagar por quem não podia e permitir que uma vasta maioria de doentes pudesse beneficiar dos bons serviços da célebre clínica de Barcelona.
Os números da Fundação Barraquer (https://fundacionelenabarraquer.com/en/) são impressionantes e autoexplicativos sobre o bem imenso que têm espalhado por aqueles lugares omissos nas notícias, pois ninguém com voz os frequenta. As excepções são dois tipos de aventureiros: os ávidos de fazer fortuna com as riquezas e as matérias-primas locais e os generosos, simplesmente para ajudar, porque uns precisam e outros podem, na lógica das duas portas da Clínica de Barcelona…
Estas conversas-entrevistas, que circulam nas redes sociais, sabem um pouco aos bons livros ao serão, porque nos dão a conhecer pessoas cativantes, escolhas magnânimas e originais, olhares que iluminam, neste caso, em todas as acepções. Elena não se fica pelo descritivo das ‘expedições’ além-fronteiras, pois partilha também a sua visão do mundo actual, das diferentes atitudes face ao trabalho, resultando numa grande lição de vida.
Saltando para Paris, embalados com a música celebrizada por Edith Piaf «Sous le ciel de Paris», percorremos recantos deliciosos e monumentos inconfundíveis da Cidade da Luz, desenhados e montados através da IA. Da Torre Eiffel à ponte de Bercy, das margens do Sena a Notre-Dame e ao coração de l’Île-de-la-Cité, dos boulevards parisienses às livrarias de Rîve Gauche a funcionar noite adentro, de Pigalle e das ruelas da colina de Montmartre às pracetas de onde se avista a Basílica do Sacré-Coeur, refrescamos memórias de uma das capitais mais bonitas do mundo. Percebe-se a fama de cidade dos apaixonados
A beleza e a bondade têm o mérito de desintoxicar e de serem especialmente contagiantes!
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)
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