Zimbabué – Este extraordinário país foi a minha casa durante praticamente dois meses, abriu-me a porta de uma África que eu só conhecia dos livros, da televisão, dos jornais, das opiniões alheias. Quando decidi vir, muitos acharam ser uma doidice, considerando o clima político que aqui se vivia. Em boa hora vim – se houve violência, não a senti; falta tudo e, embora nunca a tenha sentido verdadeiramente, foi uma boa aprendizagem humana; por outro lado, é interessante ver o pouco que se fala do Zimbabué nos noticiários portugueses e, quando é referido, o desconhecimento evidenciado.
Falar do Zimbabué é repetir, letra a letra, o ABC da contagem decrescente e a esmagadora maioria dos posts que foram publicados desde que aqui cheguei. De facto, viver dois meses num país estrangeiro não é ter a visão pura e simples do turismo. Instalamo-nos, vivemos os ritmos locais, convivemos com quem é de cá, estabelecemos relações de amizade que perdurarão para além do regresso a casa, conhecemos as vidas de quem nos rodeia. Tudo isto, para quem gosta de escrever, de inventar histórias, de romancear a vida alheia é um manancial de informação, de personagens e de acontecimentos que eu tentei redigir em crónicas que entretivessem. Muito do que escrevi é verdade, muito tem a pincelada criativa de quem ortografa a história. Cabe aos meus leitores curiosos descobrir o que é realidade e ficção.
Fui um privilegiado, não só porque consegui atingir os verdadeiros objectivos que me trouxeram a esta parte de África, como algumas das minhas expectativas foram ultrapassadas. Fruto da minha estadia na Embaixada tive a oportunidade de conhecer parte do mundo diplomático, assim como parte, também, de tudo que o rodeia - convívio, conversas políticas, actividades sociais, conhecimentos, etc. Mas conheci, como já referi, o verdadeiro mundo local - pessoas, anseios, disponibilidades, sonhos, frustrações, realidades.
Saio de cá, passe a expressão, de papo cheio. Saio com a vontade imensa de regressar, desdenhando a convicção de que não devemos voltar aos sítios onde fomos felizes. Saio ainda com a enorme presunção de que haveria quem gostasse de me rever. Razões várias impedir-me-ão de tornar tão cedo como gostaria, mas o futuro a Deus pertence. Para os que cá ficam – e que me deram o gosto da sua amizade – deixo a frase com que tantas vezes me despedi:
Adeus, até ao meu regresso…
Bem vindo à Pátria!
ResponderEliminarBoa viagem e bem regressado!
ResponderEliminarUm beijo,
São
Excelente viagem de regresso!
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