13 outubro 2008

Segunda-feira, 07.45h da manhã.



Da janela do sítio onde escrevo vejo uma manhã semi-escura ainda, com nuvens esparsas, e prenuncio coisa nenhuma, porque não sei se choverá, se fará sol, se tudo isso se intercalará. Sei apenas que nasce mais uma jornada de trabalho e de outros afazeres igualmente fastidiosos mas necessários, como se alguns dias que correm fossem um somatório de dedicações ao que é obrigatório, atirando para a frente o que é opcional e, tantas vezes, proporcionador de maior prazer.

Há dias em que tudo se passa igual, outros há em que um manancial de surpresas nos vem alegrar os fins de tarde, como se na imensidão de um glaciar silencioso pousasse, vindo do nada, uma ave canora e colorida, ainda que espantada. Ele há dias assim, quase se poderia dizer.

É bom ter uma vida organizada e planeada, como é bom olhar para a agenda e não encontrar nada – sem que nesse nada se possa inferir zero de actividade – a não ser uma sucessão de dias em que tudo pode acontecer. Há fascínio igual na constância e no seu oposto, na rotina e no seu contrário, na previsibilidade e no seu inverso.

Desejo aos meus fiéis leitores uma boa semana de trabalho, cheia de encanto por tudo aquilo que possa surgir na esquina de um telefonema, no virar de página de um livro, no vislumbre de uma cara saudosa, no resultado de uma conversa afável. Tentemos o desafio de encontrar, em cada jogo de cartas que a vida nos oferece, uma beleza muito própria.

Não sei se será a melhor interpretação, mas deixo-vos com este Vissi d’Arte com que podemos todos aspirar a ser mais altos. Façam o favor de ser felizes.

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