Regresso à música portuguesa e à margem esquerda do
Tejo. Foi aqui que me criei, e largos anos depois aqui retornei, primeiro para
nela voltar a viver e depois para trabalhar. Estando pois ligada aos anos da
minha formação, é por isso uma terra que ainda hoje exerce sobre mim um apelo
forte que não se explica nem se antecipa, mas que vou continuando a sentir em
diversas situações.
Na música, há vários grupos da “outra banda” que aprecio.
Lembro-me sobretudo dos UHF, que um dia ainda hei-de postar, se o dono do
estabelecimento estiver pelos ajustes, e do Grupo de Baile. De realçar também que
Variações esteve muito ligado à zona, tendo sido durante algum tempo sacristão
na Charneca (a da Caparica).
Esta banda que hoje escolhi, OqueStrada, também é de
Almada. As informações de que disponho sobre ela são escassas, sei que
estiveram há uns meses num programa televisivo do Herman José, em que este se
lembrou de comparar o busto da vocalista ao da republica, e que, honrando o
bizarro nome, fazem das estradas nacionais e internacionais o seu ganha pão.
Comecei por ouvi-los na telefonia, pesquisei um pouco e francamente gostei,
quer do tipo e ritmo musicais quer da interpretação e instrumentos. Espero
confirmar estas impressões ao vivo, em próxima oportunidade.
Por fim, há no vídeo da 1ª música três aspectos com que
me permito maçar-vos: os pombais de pombos correios mostrados no principio e no
fim – fui columbófilo durante largos anos, actividade muito comum nos bairros
operários da margem sul e de que falo com prazer à minha mulher sempre que a
quero assustar (lá diz o povo “casa com pombos, casa aos tombos”) -, um dos
figurantes, que todas as noites canta
desalmadamente o fado na rua Garrett, com quem me cruzo quando me disponho a
sair para umas rápidas passeatas destinadas a melhorar as digestões e,
finalmente (!), o macacão do operário da Lisnave, empresa a que me ligam
estreitas ligações profissionais.
Espero que gostem, senão de tudo, pelo menos de alguma
coisa!
fq
Este trio comentarista é único!
ResponderEliminarCada um mais "esquisite" que o outro.
Não há dúvida que a infância tardia e a adolescência (nos homens dura até aos 25 anos) são os momentos mais importantes na nossa formação.
Vivá margem sul/Porto, Armação de Pera/Lisboa dos queques e o Armação de Pera/Estoril dos quequíssimos.
O que eu gosto destes 3....
Bom post fq, para que se perceba que a manutenção da qualidade bloguista é a versão bíblica do "muitos são os chamados, poucos os escolhidos". Já aqui se postou este conjunto mas é um gosto revisitá-los, porque gosto muito deles.
ResponderEliminarQuanto ao resto - macacão, margem sul, apelos -, percebo tudo. Mesmo tudo.
Abraço,
JdB
Margem esquerda do Tejo? De quem está a olhar para o oceano ou para o continente? A não ser que seja uma denominação de cariz ideológico.
ResponderEliminarQuanto aos Oquestrada, têm de facto a sua graça. Já tiveram para vir ao Zimbabwe e o concerto só não se concretizou por incompatibilidade de datas. Escolha diferente (mas boa), na senda do que já nos habituaste.
Confesso que o que mais me agradou neste post foi o seu texto fq. Muito bom, como sempre. O mesmo não posso dizer da musica e da escolha da banda rsrssrrsrs. "Casa com pombos ... casa aos tombos"! Se eu tivesse sabido disso mais cedo ...... :-) :-)
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