VÉNUS
1. Vénus retrógrada
No dia 15 de Maio passado foi a vez do planeta Vénus iniciar o seu
movimento retrógrado. Visto da Terra parece que anda para trás até ao dia 27 de
Junho, data em que retoma o movimento normal, em linguagem astrológica, volta a
directo. Por razoes de mecânica celeste, este fenómeno acontece de dezoito em
dezoito meses.
Quando Mercúrio está retrógrado verificam-se imensas falhas de comunicação
e do hardware que hoje em dia
suporta a comunicação. Recentemente falei sobre Marte, o planeta da agressão, e
aconselhei a não iniciar guerras durante os períodos em que está retrógrado.
Vénus tem uma energia mais suave do que Mercúrio e Marte e por isso os seus
efeitos, nas poucas semanas em que percorre pela segunda vez uma órbita já
percorrida, são mais subtis e causam menos transtornos.
Vénus simboliza a beleza, rege todo o tipo de relacionamentos, diplomacia,
está ligada ao valor do que nos rodeia, incluindo bens materiais e, evidentemente, ao amor. Aqui vão algumas sugestões de como aproveitar esta época:
Na área dos recursos financeiros não fazer grandes projectos de
investimento, mas convém rever a situação
financeira, pagar dividas ou livrar-se de alguns encargos. A compra de
casa própria é uma excepção porque normalmente é muito pensada e negociada. A
ideia do “justo valor” enquadra-se
bem com a energia de Vénus retrógrada.
Muito cuidado nas compras, sobretudo de artigos de luxo e de artigos que não
possam ser devolvidos. Por outro lado, compras de antiguidades e objectos em segunda
mão estão favorecidas, porque são reutilizações.
Em termos políticos, não me espantou nada que na reunião do G8 tenham sido
tomadas decisões que representam a renegociação das medidas tomadas na última reunião. Provavelmente o excesso de austeridade
imposto pela Merkel não tinha um “justo valor”. A permanência ou saída da Grécia da zona euro, com implicações
financeiras, também está a ser renegociado.
Em termos relacionais ficamos um bocadinho mais discernentes em relação aos
outros. Acontecem coisas que nos fazem passar amigos a conhecidos, e vice-versa.
Também podem surgir pessoas do passado que voltam a entrar na nossa vida, e não são
fatalmente ex-apaixonados. Desta vez, os efeitos fazem-se sentir um pouco
antes do dia 15: duas primas que não vejo há anos voltaram a entrar na minha
vida com muita alegria da minha parte, pois reencontros
neste período são positivos para todos.
Se tiveram acontecimentos passados em que a reconciliação é possível, aproveitem esta época, porque normalmente um
pedido de desculpas é bem recebido.
E, sobretudo, aconselho a não fazer cirurgias plásticas
ou grandes projectos de decoração. Esperem 5 semanas, garanto que os resultados
serão melhores.
2. O trânsito de Vénus
Vénus estará muito presente nas noticias, porque nos dias 5 - 6 de Junho
verifica-se um fenómeno astronómico raríssimo pela ultima vez na vida de todos nós. É conhecido pelo trânsito de Vénus, e é quando este planeta passa em frente do
Sol de uma forma visível. Acontece duas vezes por século, com um intervalo de 8 anos.
A última foi em 2004, e aqui está a imagem.
Depois de 2012 só em 2117. Infelizmente em Portugal não poderá ser visto, porque o período de 6 horas em que Vénus atravessa o Sol coincide com a nossa
noite.
Em termos científicos a historia dos trânsitos de Vénus é muito interessante, porque tem permitido calcular a escala do sistema solar. Em 1619, Kepler estuda os movimentos planetários e tem a certeza de que este fenómeno acontecerá em 1631 e 1639. Morre em 1630, e a guerra do 30 Anos na Europa impede os astrónomos do continente de ver o fenómeno. Foi um inglês, Jeremiah Horrocks, que em 1639 o observou e o registou pela primeira vez. Em 1761 e 1769, os grandes países europeus mandaram expedições para todo o mundo para observarem o trânsito de Vénus de diversos pontos do globo. A mais famosa foi a de Cook e a do astrónomo Charles Green ao Taiti. No século XIX fizeram-se medições muito correctas, e o público em geral participou de tal forma no acontecimento que o compositor americano John Philip de Sousa compôs a Marcha do Transito de Vénus. Em 2004 as observações foram feitas também a partir do espaço. Para mais imagens ver:
Em termos científicos a historia dos trânsitos de Vénus é muito interessante, porque tem permitido calcular a escala do sistema solar. Em 1619, Kepler estuda os movimentos planetários e tem a certeza de que este fenómeno acontecerá em 1631 e 1639. Morre em 1630, e a guerra do 30 Anos na Europa impede os astrónomos do continente de ver o fenómeno. Foi um inglês, Jeremiah Horrocks, que em 1639 o observou e o registou pela primeira vez. Em 1761 e 1769, os grandes países europeus mandaram expedições para todo o mundo para observarem o trânsito de Vénus de diversos pontos do globo. A mais famosa foi a de Cook e a do astrónomo Charles Green ao Taiti. No século XIX fizeram-se medições muito correctas, e o público em geral participou de tal forma no acontecimento que o compositor americano John Philip de Sousa compôs a Marcha do Transito de Vénus. Em 2004 as observações foram feitas também a partir do espaço. Para mais imagens ver:
Está por ai uma enorme histeria tipo New Age, falando no milagre de abrir consciência e do significado da coincidência com o ano Maia. Não acredito em nada disso, mas este fenómeno celeste faz-se reflectir na imensidão do Universo e do seu Criador. Também gosto de pensar que, por umas breves horas, o princípio do Amor (Vénus) se sobrepõe ao ego, à vontade, à identidade individual (Sol).
Todos estes fenómenos de Vénus acontecem no signo de gémeos, a que dedicarei
os próximos posts.
Luiza Azancot
Maravilhoso artigo, esclarecedor e muito orientador. Muito obrigada Luiza pela partilha dos seus conhecimentos, que enriquecem as nossas vidas.
ResponderEliminarGrande abraço