09 maio 2014

Crónica de um amor quase perfeito



Isto podia ser uma crónica,
Um texto,
Um tempo verbal,
Um história,
Um amontoado de conjugações em pretérito mais que perfeito que explicassem o nosso quase beijo,
O nosso quase amor,
A nossa fotografia não revelada,
A nossa quase história.
Não tive a valentia de ser por inteiro,
Dei-te metade de mim,
Só metade.
Fica esta música como memória de um amor que quase fomos,
Subimos uma montanha a meio,
Atravessamos um rio sem chegar à outra margem.
Fica uma música sem refrão,
Um conto sem fim,
Um era uma vez sem história.
Quem sou eu para julgar-te,
Se fomos só um quase.

(Fotografia e texto de TdB)

2 comentários:

  1. Lembrou-me
    Jacques Prevert
    "les amoureux trahis"
    Moi j'avais une lampe - et toi la lumière - Qui a vendu la mèche?

    Uma sensacao muito comum na vida!

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  2. Sessenhora!
    Queremos mais.

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