13 março 2015

"O Fado, canção de vencidos" *

* título de uma compilação (1936) de oito palestras, de Luis Moita, emitidas na Emissora Nacional.


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De Linhares Barbosa já abaixo fiz referências biográficas. Talvez possa acrescentar-se que era chamado o “Príncipe dos Poetas Populares”. Quem o cantasse tinha êxito garantido; o letrista, que vendia este “produto” como fonte de subsistência, beneficiava obviamente deste sucesso.
Encontrei uma explicação para a história do anel de cinco pedras, cuja veracidade não afianço. Seriam elas:
a malaquite, que cura as doenças espirituais e é indicada para a desintoxicação e alegria de viver.
a esmeralda, que nos dá a imortalidade e a fé na vida, sendo um símbolo de excelência de uma vida melhor
o rubi, usado para preservar o corpo físico e a saúde mental, inspirando sabedoria espiritual, saúde, conhecimento, tranquilidade e riqueza.
o diamante, símbolo do amor eterno, que representa o poder.
a ametista, que possui um efeito tranquilizador, sendo a pedra da realização dos desejos pessoais.
Pondo as iniciais das cinco pedras de seguida, encontramos um bonito acrónimo: MERDA
Si non é vero é bene trovato...
Deixo-vos com um “mano-a-mano”, entre Amália, que celebrizou este fado, e Teresa Salgueiro, numa versão mais arrojada.
JdB
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Lá porque tens cinco pedras

Lá porque tens cinco pedras
Num anel de estimação
Agora falas comigo
Com cinco pedras na mão!

Enquanto nesses brilhantes
Tens soberba e tens vaidade,
Eu tenho as pedras da rua
P’ra passear à vontade!

Pobre de mim, não sabia
Que o teu olhar sedutor
Não errava a pontaria
Como a pedra do pastor
Mas não passas sorridente
A’lardear satisfeito
Pois hei-de chamar-te à pedra
Pelo mal que me tens feito!


E hás-de ficar convencido
Da afirmação consagrada:
Quem tem telhados de vidro
Não deve andar à pedrada


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