Ode 1.11
Não procures, Leucónoe — ímpio será sabê-lo —,
que fim a nós os dois os deuses destinaram;
não consultes sequer os números babilónicos:
melhor é aceitar! E venha o que vier!
Quer Júpiter te dê inda muitos Invernos,
quer seja o derradeiro este que ora desfaz
nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,
vive com sensatez destilando o teu vinho
e, como a vida é breve, encurta a longa esp’rança.
De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:
trata pois de colher o dia, o dia de hoje,
que nunca o de amanhã merece confiança.
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1.11
Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint. Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros, ut melius, quidquid erit, pati,
seu pluris hiemes seu tribuit luppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces, dum loquimur, fugerit ínvida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
Horácio (Quintus Horatius Flaccus, 65 a.C.- 8 a.C.) “Ode 1.11 | Ode a Leucónoe”. [tradução David Mourão-ferreira]. in: Vozes da Poesia Europeia I, Revista Colóquio Letras, nº 163, 2003. Sublinhado meu.
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