As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
31 dezembro 2010
lost cause(s)
porque são as únicas causas pelas quais vale a pena lutar.
e, sim, as pessoas morrem por causas perdidas.
e, sim, as pessoas vivem, ao morrerem por causas perdidas.
e pessoas que vivem, ao morrerem,
são pessoas
quê?
digam comigo:
são pessoas vivas!
vivas.
vivas.
gi.
30 dezembro 2010
Deixa-me rir...
29 dezembro 2010
Moleskine
Natal. Oiço que as pessoas presenteiam menos, reduzem o furor consumista em nome da crise e do verdadeiro espírito natalício, transformado numa romagem comercial na demanda do ouro, talvez, mas seguramente não do incenso e da mirra... No entanto, leio também que se levantaram e transaccionaram centenas de milhões de euros no multibanco, mais 50 milhões do que no ano passado. Dizem-me que são os portugueses a gastar os últimos cartuchos antes que a crise se apodere dos despojos. A mim, afigura-se-me tudo uma espécie de última refeição mas, ao contrário do que é habitual, quem a paga é o condenado que sobe ao cadafalso...
Outro olhar. O evangelho do último Domingo fala da fuga da sagrada família para o Egipto. Durante anos este texto pouco me disse. Mais tarde li o episódio à luz do Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro escrito pela pena azeda do ainda não nobelizado Saramago. Eis senão quando uma homilia inspirada me elucida – ou me proporciona um outro olhar - sobre aquele acontecimento. O apelo do padre foi claro: fugi de tudo o que possa perigar a vossa família. O meu raciocínio é muito ingénuo? Olhem...
Notícia. Li ontem, num jornal, que Elton John e o marido foram pais de um rapaz. Questiono-me se não devia integrar esta informação no texto sobre aquilo que ameaça a família. Elton tem 62 anos e o companheiro 48. Como crescerá esta criança, filha de uma barriga de aluguer, e que se chamará Zachary Jackson Levon Furnish-John?
O mundo. Parte da minha vida rege-se por um burguesismo moderno e desinteressante – se bem que confortável. Ontem jantava um resto de perdiz que mão amiga teve a infinita caridade de me ofertar. O telejornal debitava minudências: em Lisboa, uma marca espanhola decidiu chamar os clientes ao primeiro dia de saldos oferecendo-lhes benesses. Requisito? Virem de roupa interior. A perdiz é esplêndida, mas o espectáculo televisivo não deslustra. Não sinto sensualidade, mas curiosidade sobre as boxers, sobre a lingerie - mas também sobre o despreconceito de quem as usa, ao léu, num hall de centro comercial para ganhar umas calças de ganga. Na ponta do meu garfo, num equilíbrio instável, uma castanha cozinhada a preceito. Fico a saber que num outlet em Vila do Conde, dezenas de pessoas esperaram mais de oito horas para receber um vale que poderia ser de apenas 25 euros. Requisito? Traje a rigor, um conceito subjectivo, por aquilo que vi... O soutien e o smoking para tapar uma nudez em crise. Sinto um sobressalto e penso que é a minha senilidade idosa a reagir aos despautérios do tempo. Afinal é apenas um chumbo entalado no peitinho da perdiz...
Televisão. Faço zapping. Na BBC, o fim de uma entrevista com Ingrid Betancourt. Fala de uma passagem da Bíblia em que, depois de atravessado o vale das lágrimas, Deus nos presenteia com a recompensa: não é a glória, a riqueza ou a fama. É o descanso, a paz interior, para usar a sua expressão. Mais tarde, na RTP Memória, depois de no dia de Natal ter revisitado a Música no Coração, delicio-me agora, talvez pela centésima vez, com o Casablanca. O mundo não está perdido, afinal.
Música. O Moleskine despede-se de 2010 com um tom crooner. Bom Ano, para quem me lê.
JdB
28 dezembro 2010
Ano-Novo
27 dezembro 2010
Fórmula para o caos
26 dezembro 2010
Domingo ….. Se Fores à Missa (Conto de Natal)
Cipriano observava, de longe, o Menino e os seus pais. Tinha os pés enterrados na neve mas não sentia frio. Na noite anterior, já deitado, ouvira alguém bater à porta da casa onde morava e escutara uma conversa murmurada, entre-dentes, entre o seu pai e aquele outro homem: “ ….. já batemos à porta de tanta gente ! nem a estalagem nos quis receber. não temos para onde ir… “ Percebeu que o seu próprio pai, a resmungos, acabou por ceder e indicou-lhes o estábulo. Cipriano manteve-se muito calado mas gravou na sua mente que amanhã logo de manhã iria ao estábulo ver quem estava.
Eram 6 da manhã e Cipriano espreitava, agora, o estábulo do pai. Cipriano tinha 5 anos e o que viu deixou-o fascinado. Perante os seus olhos desenrolava-se um bailado de cores e formas coloridas, brilhantes, como nunca antes tinha visto. Cada cor transmitia-lhe uma sensação de plena paz e alegria, cada forma deixava transparecer sentimentos de contentamento e euforia. Nunca, durante a sua curta vida, tinha Cipriano visto algo assim. O estábulo do pai, sempre tão escuro e sombrio, era um verdadeiro arco-iris. No centro do arco-iris, Cipriano viu três raios de luz dourada que se debruçavam para ele, como que a chamarem-no. A única vez que tinha visto a cor dourada, lembrava-se, foi quando, aos 3 anos de idade, caíra numa gruta com 8 metros de profundidade e a queda, como que por milagre, tinha sido amparada por uma luz dourada que o envolveu e poisou no chão com toda a suavidade. Cipriano é cego de nascença, mas não o sabe. Vive com os seus pais na montanha e para ele o mundo compõe-se de cores. Azul escuro quando mãe o chama para comer; amarelo quando vai tomar conta do rebanho; verde quando tem de ajudar o pai a plantar as batatas; branco quando a mãe o envolve com um abraço; vermelho quando o pai se zanga; a cada situação do seu dia-a-dia corresponde uma cor. Uma única cor, às vezes duas; mas nunca, nunca nada o tinha preparado para a explosão de cores que, nesse dia, via no estábulo do pai.
Aproximou-se mais da luz dourada que o chamava e estendeu a mão, com o indicador espetado. A Mãe do Menino percebeu, de imediato, que o rapaz era invisual e estranhou aquele gesto. Não percebeu porque razão o rapaz estendia a sua pequenina mão, tão segura, tão certeira na direcção do seu bebé. Estupefacta, viu o seu próprio Menino, que nem 24 horas de vida tinha, estender também o seu dedinho, seguro e certeiro, e uni-lo ao dedo do rapaz. Os dois permaneceram assim durante alguns segundos, dedo com dedo, como que a partilharem algo invisível. Cipriano sorria, os seus olhos, sem vida, brilhavam quase tanto como aquela estrela que, desde há dias, teimava em segui-los. A Senhora, habituada que estava já a viver coisas muito para além do seu entendimento, encolheu os ombros, sorriu para o marido fazendo-lhe sinal, com um dedo na boca, para que não dissesse nada.
Cipriano levantou-se e saiu. Foi aos seus afazeres. Nunca mais deixou de ver a luz dourada. A luz acompanhou-o pelo resto dos seus dias. Continuava a ver o azul, o verde, o amarelo, o castanho e todas as outras cores que definiam cada tarefa do seu dia, cada sentimento, cada decisão, cada hesitação, mas a partir daquele dia, todas essas cores passaram a ter um brilho dourado que o faziam lembrar o arco-iris que vira, naquela manhã, no estábulo do Pai.
Domingo, Se Fores à Missa ……… Procura a Luz Dourada !
Maf
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto e fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar». José levantou-se de noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto e ficou lá até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pelo Profeta: «Do Egipto chamei o meu filho». Quando Herodes morreu, o Anjo apareceu em sonhos a José, no Egipto, e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e vai para a terra de Israel, pois aqueles que atentavam contra a vida do Menino já morreram». José levantou-se, tomou o Menino e sua Mãe e voltou para a terra de Israel. Mas, quando ouviu dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai, Herodes, teve receio de ir para lá. E, avisado em sonhos, retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Assim se cumpriu o que fora anunciado pelos Profetas: «Há-de chamar-Se Nazareno».
Palavra da salvação.
25 dezembro 2010
Pensamentos impensados
SdB(I)
Pensamentos impensados
24 dezembro 2010
breve blague melancólica
má fortuna,
amor ardente.
porque raio havia
de ser diferente
com a gente?
gi.
23 dezembro 2010
Deixa-me rir...
what have i ever done,
to deserve even one,
of the pleasure i've known,
tell me lord,
what did i ever do,
that was worth lovin' you,
for the kindness you've shown,
lord help me Jesus,
i've wasted it so help me Jesus,
i know what i am,
but now that i know,
that i needed you so help me Jesus,
my souls in your hand,
try me lord,
if you think there's a way,
i can try to repay,
all i've takin' from you,
maybe lord,
i can show someone else,
what i've been through myself,
on my way back to you,
Jesus, my soul's in your hands
22 dezembro 2010
Texto para o dia de hoje
Moleskine
Blogue. Quando comparado com outros, este Adeus, até ao meu regresso... tem uma expressão mínima. Mas, quando comparado com outros outros, este blogue mantém uma constância há mais de dois anos que seria injusto desprimorar. A que se deve isto? Aos bloguistas e aos visitantes, sobretudo os mais habituais, que vão ajudando a esta dinâmica. À Maria Zarco, ao Pedro Castelo Branco, ao ZdT, ao PO e PCP, ao gi, à MAF, desejo um Santo Natal, e deixo aqui expressos os meus agradecimentos pelo valor que acrescentaram a este espaço. Ao clã dB agradecerei pessoalmente...
Sábado. Festa da Acreditar na Academia Recreativa de Santo Amaro. Tempo para algum divertimento, lanche e entrega de presentes às crianças. Tinha sido convidado para jantar, nesse mesmo dia, em casa de gente que não conhecia, que eram amigos de amigos. No minuto em que entrei percebi que poderia sair cinco minutos depois, que ninguém daria nem lamentaria a minha ausência. Sabia o problema pessoal que afligia o anfitrião mas, por motivos óbvios, não abordei o assunto. Já à porta, nos minutos que antecedem as despedidas, uma palavra puxou outra palavra. O dono da casa tem um filho com seis anos que, no IPO, luta contra um leucemia. Falou-me nisso – nos tratamentos, nas possibilidades, no optimismo, nas condições – naquele monologar catártico de quem encontrou alguém que se expressa na mesma linguagem. Abordámos a Acreditar, o mecenato, as sinergias. Quando entrei naquela casa não fazia tenções de me identificar como pai de uma criança com cancro, porque as pessoas querem ser confrontadas com a felicidade, não com o infortúnio. Quando saí desta mesma casa pensei, presunçosamente, que eu só tinha sido convidado para dar oportunidade àquela conversa final. O resto era paisagem.
Mudança de idade. Há quem pense que são as borbulhas, a pilosidade, as hormonas saltitantes, o despontar das formas, a alteração na voz, o armário onde queremos enfiar os nossos filhos. O engano é tremendo – não é nada disto. A idade muda quando a nossa indiferença pelo Natal dos Hospitais é visível a olho nu. Fui possuído por um angústia quando realizei que o evento que marcou a minha juventude televisiva me deixava tão frio como o debate entre o Fernando Nobre e o Defensor de Moura – a bem dizer entre todas aquelas combinações de quatro dois a dois... Uma parte de mim morreu e, passe a contradição, estou certo de que sobreviverei com dificuldade a este falecimento.
Música. Revejo-me em quase tudo o que o Jansenista referiu. Ouvir Bach é entrar em contacto com a transcendência...
21 dezembro 2010
Queijadas de Limão
Tens de ir buscar três ovos. São especiais, os ovos, muito distintos e singulares por diversas razões. São comida para todas as mesas, das mais ricas às mais pobres, ou não fizessem eles par perfeito tanto com a mais ordinária das chouriças como com a mais refinada das trufas. Traz um limão pelo caminho, bem grande. O limoeiro está enorme, muito maior que no dia em que esgravatei o meu nome nele, com o canivete em que não se podia mexer. A memória dos cheiros é uma faculdade soberba, se me encostasse aqui, tinha lembranças para a tarde toda. Tens de raspar o limão todo, de medir duas canecas de açúcar e uma de farinha. Nada que leve mais açúcar que farinha pode dar errado. Agora, o cheiro lembra-me o meu avô, que vai observando atentamente, sem nunca falar, e o tempo em que o ficava a ver amassar o pão. Sempre achei que os meus horários de padeiro são coisa de família. Só faltam duas canecas de leite e uma colher grande de manteiga derretida. Mistura-se tudo, sem contemplações piegas nem segredos misteriosos. Usa a varinha da sopa, para ficar tudo bem suave.
Liga o forno a cento e sessenta graus. Ou cento e setenta. Não te queimes Zézinho. A espera, de trinta ou quarenta minutos, conforme o tom dourado da crosta crocante que se vai deixando formar em cada uma das formas do tabuleiro, cuidadosamente untadas com manteiga antes de terem sido enchidas, até cima, serve para ir recordando o tempo em que o Natal brilhava nos olhos dos mais pequenos. Agora são vocês que fazem os doces, já viram?
Vamos tentar tirá-las. Calma avó, quando nós éramos pequenos, esperar era um martírio, agora é a avó que tem pressa? Sou, tira-as agora que o avô não está a ver.
zdt
20 dezembro 2010
Vai um gin do Peter’s ?
A paixão pela música, que levara o maestro do Bolshoi a proteger uma genial violinista judia, valeu-lhe a obstrução de um concerto promissor e já em curso, a destituição imediata do cargo, a dissolução da orquestra e um emprego humilhante no serviço de limpezas do Bolshoi!
Mas a sorte que coubera à solista judia tinha sido bem mais radical: deportada para a Sibéria com o marido, foram consumidos, como fósforos, pelo frio e pelo desgosto, simulando com as mãos a sua actuação magistral no concerto que ficara a meio. «Louca» fora a alcunha recebida no Gulag. Pois ninguém mais ouvia aquele sonho musical a que ela e o marido se tinham devotado, extraindo da sua paixão artística forças para sobreviver. Só que no inferno branco das estepes russas, apenas os flocos de gelo e as tempestades de neve tinham som. E venceu o silêncio...
Toda a narrativa flúi com leveza e imenso humor, parodiando tudo o que era, insiste em ser mas, simplesmente, já não é, logo a começar pelo comunismo ou o oportunismo dos do Partido, que se instalam nos postos que outros merecem, alavancados por uma pseudo-fidelidade ideológica.
Nas encruzilhadas da vida, tudo mudara, e adivinhava-se a hora de voltar a haver tempo de antena para o concerto interrompido pela KGB. Ironicamente, era no mesmíssimo KGB em quem podiam confiar a possibilidade de realização do sonho de outros tempos, beneficiando do seu empreendedorismo e do francês à LaFontaine… que só mesmo o escritor de há 4 séculos reconheceria. Aquele implacável agente dos serviços secretos era, afinal, o primeiro favorecido pela política anti-segregacionista do bom maestro, castigado por se ter recusado a excluir os talentosos elementos judeus do Bolshoi dos anos 70.
O KGB e os músicos do antigo Bolshoi do mesmo lado da barricada
Assistimos, então, ao despertar da antiga orquestra – qual Bela Adormecida– reacordando em cada músico o gosto que sempre lhes ficara pela arte e, mais ainda, pela memória da violinista ostracizada, ou a legítima desforra de concluir o concerto inacabado. Desta vez, era na Cidade das Luzes que o sonho se poderia concretizar, apesar das incontáveis peripécias que quase deitavam tudo a perder, até ao último segundo (com algumas cenas inverosímeis mas cómicas, como a dos ciganos a intimidarem a polícia russa, no aeroporto de Moscovo – obviamente, pura fantasia). A história oferecia-lhes uma nova oportunidade de ser feita justiça, talvez em condições ainda mais gloriosas, guindando-os a um palco maximamente cosmopolita e mediático.
Trailer: http://www.europacorp.com/dossiers/leconcert/
O grande realizador italiano, Roberto Rosselini, dizia que a humanidade se dividia em dois tipos de pessoas: as que têm esperança e as que não têm! De facto, esta película confirma como o tempo pode jogar sempre a favor de quem acredita. Por isso, vale a pena espreitar e explorar janelas de oportunidade, voltar à luta, reconciliando-nos com tudo e com todos, em nome de valores mais altos.
Ainda a propósito do Natal, no Dia D da tão desejada actuação em Paris, há um crescendo de gaffes e de momentos burlescos, que são bem o retrato da amálgama de ingredientes que compõem a trama da vida, com possibilidade de happy-end. Num momento especialmente expressivo, o indefectível KGB (que estava de manager) levanta os olhos ao céu, em misto de prece e de desafio: Se existes, oh Deus, faz um milagre. Ele bem precisava, porque as primeiras notas da orquestra faziam temer o pior. Sobretudo é gira a volta dos acontecimentos, a mostrar como a realidade é tão surpreendente que até o impossível, por vezes, acontece. O próprio usurpador do lugar do Maestro estava, naquela noite histórica, nas masmorras do Châtelet a testemunhar (contra vontade) o êxito rotundo do Concerto. Um concerto que acabaria por atingir mais do que uma harmonia musical suprema, condensando harmoniosamente a história adversa de inúmeras vidas, pois reunira muitos homens de Boa Vontade. Tornara-os assim capazes de recuperar o sentido de quase tudo, até da dor mais injusta e cruel. De redimir os reveses do passado. De reabrir o futuro à esperança.
E que outra coisa é o presépio?
O mítico concerto de Tchaikovsky para Violino em Ré Maior, Op.35 (1878)
Que melhor posso desejar a cada um, nesta quadra, do que a noite de estrelas de há dois mil anos, para nos iluminar a alma de Esperança e caminharmos a favor do tempo, sempre que confiamos? Também nas palhinhas de Belém, Alguém espera por nós conhecendo-nos por dentro, como dizia Vinicius de Moraes a propósito da amizade: «Os Amigos não se fazem, reconhecem-se».
BOAS-FESTAS,
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas, numa Segunda)
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(1) FICHA TÉCNICA
Título original: Le concert
Realizador: Radu Mihaileanu (judeu romeno, radicado em França)
Elenco: Mélanie Laurent, Aleksei Guskov, Dmitri Nazarov Valeriy Barinov François Berléand,
Argumento: Radu Mihaileanu e Matthew Robbins
Línguas: Francês | Russo
Ano: 2009 Pais: França Duração: 120 min
Prémios – Melhor Banda Sonora nos Césares de 2010.
Locais de filmagem: Moscovo, Paris (Hotel Le Bristol, Théâtre du Châtelet) e Bucareste.
Banda sonora: de Armand Amar, com uma ária composta pelo realizador: “Le Trou Normand”, o concerto para Violino de Tchaikovsky, além de peças de Mozart e Mahler.
19 dezembro 2010
4º Domingo do Advento
O Presépio somos nós
O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos
O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece
O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno
(José Tolentino Mendonça In Agência Ecclesia 15.12.10)
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18 dezembro 2010
Pensamentos impensados
17 dezembro 2010
driving licence
escalar a pele
desde a ponta dos pés
sentir a finitude
descer a pele
desde a ponta dos cabelos
intuir o seu exacto
ponto de encontro:
ali mesmo junto ao coração.
sempre
em contra-mão
sempre
atropelado
por si próprio
e por alguns outros.
quem dera ter tirado
em tempo certo
a universal
carta de condução
não é fácil de conduzir não
um destemperado coração.
gi.
16 dezembro 2010
Deixa-me rir...
A proxima,
PO
Acerca de mim
- JdB
- Estoril, Portugal