31 março 2013

Domingo …………. Se Fores à Missa!


Hoje é Domingo de Páscoa … o dia mais importante da igreja católica.

Neste dia, todos vamos à Missa, mesmo que nos restantes Domingos não o façamos, neste dia fazemos questão de comungar, para este dia até chegamos a confessar-nos! É um dia a que nos habituámos a viver de forma diferente, tentando seguir as regras que a igreja católica nos sugere.  É um DIA DE FESTA porque CRISTO RESSUSCITOU.  Mas é também um dia de transformação e é aí que eu gostava de centrar o meu comentário de hoje.

Este dia deveria ser, para nós, todos os anos, o primeiro dia de um propósito de transformação.  Assim como Cristo passou a ter um novo meio de existência ao ressuscitar, que isso nos possa servir de exemplo para uma transformação do nosso interior, dos nossos valores e das nossas atitudes perante os outros.

Quantos de nós, no dia 01 de janeiro de cada ano, fazemos propósitos para deixar de fumar, começar a ir à ginástica, fazer aquela dieta que há tantos anos anseio, etc.. etc…  Pois, que o dia de Páscoa, ou melhor, todos os dias de Páscoa sejam os primeiros dias do resto das nossas vidas de verdadeiros cristãos.

Desejo a todos uma Santa Páscoa especialmente àqueles que a vão passar na solidão, no desamor, na doença e no sofrimento. Que Cristo transforme os seus corações!

Domingo, Se Fores à Missa ………… Transforma-te!

MAF
  
Evangelho segundo S. João 20,1-9.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer,
pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Pensamentos impensados


Hoje, a exemplo dos anos anteriores, não há piadas. A época que se atravessa é mais propícia à meditação.
No entanto, pensando no pedido que o Papa Francisco fez aos padres para não serem tristes, também podemos estar "não tristes", pois sabemos que amanhã Jesus Cristo estará ressuscitado. Como diz o povo, das festas as vésperas. 
A todos os frequentadores deste estabelecimento, desejo uma Santa Páscoa.

SdB (I)

olhando a avenida


eu sou o Noam Chomsky dos pobres
eu sou o Kurt Vonnegut dos humildes
eu sou o Bukowski dos esquecidos
eu sou o Boris Vian dos simples
eu sou o Morrissey dos vencidos
eu sou o Wilde dos infelizes
eu sou Kerouac dos que nunca puderam partir.
eu sou um terrorista semântico,
escrevendo de um arranha-céus em súplica,
à espera da flor da manhã.
porque toda a minha inteligência é revolucionária
e toda a minha ternura é explosiva,
 
escrevo essoutra carta de São Paulo aos ímpios.
São Paulo, 26 de Março de 2013

gi

27 março 2013

Diário de uma astróloga – [48] –27 de Março de 2013



O privilégio de ser astróloga

A minha profissão é frequentemente alvo de troça, de marginalização e mesmo de condenação à morte, normalmente numa fogueira. Lembro-me disto de cada vez que passo pela estátua de Giordano Bruno (morreu queimado) no Campo de’ Fiori em Roma. Num acontecimento menos grave, mas revelador, há dias ouvi na televisão um conhecido comentador político e professor universitário português insinuar que o astrólogo é um adivinho ou um charlatão.

Esta opinião é muito comum por duas razões:
a) ignorância sobre o significado e conteúdo da astrologia, confundindo a verdadeira linguagem dos astros com as banalidades difundidas pelos horóscopos publicados em jornais e revistas e opines de pseudo-astrólogos.
b) ou porque subscrevem sem pensamento crítico a posição da Igreja e da ciência cartesiana, cujos motivos para atacarem a astrologia não são muito diferentes. 

A Astrologia sempre fez parte do conhecimento humano, tendo sido ensinada nas grandes universidades europeias até 1660. Depois foi banida do ensino oficial, mas continuou viva na grande ciência.

Diálogo entre Sir Isaac Newton e Sir Edmond Halley (o do cometa):
Halley: Why do you believe in Astrology?
Newton: I have studied the subject, you have not.



Sir Isaac Newton








Einstein, com a teoria da relatividade e a física quântica que provou que o observador afecta a observação, deu punhaladas no cartesianismo. Mais recentemente, o físico David Bohm, com a teoria da “ordem explícita e a ordem implícita” apoia a sincronicidade entre fenómenos cósmicos e humanos. A ideia de um cosmos com significado fica mais aceitável quando os físicos, expoentes do mundo material, a suportam com equações.

Pertenço a uma elite minúscula – são 130 os astrólogos que, como eu, superaram o exame máximo da National Council for Geocosmic Research dos Estados Unidos - e a um grupo mais alargado de privilegiados que são os astrólogos com uma formação séria de longos anos de estudo. Desde que iniciei este percurso a minha vida ganhou uma dimensão mais rica em vários aspectos.  Por exemplo:

Espiritual – com a astrologia estou mais próxima do Universo, o que só me tem aproximado do divino, quer se chame Deus ou qualquer outro nome.

Intelectual – a astrologia deu-me uma lente para interpretar os fenómenos históricos. Disponho de instrumentos para perceber, tanto o aparecimento das religiões monoteístas (através dos ciclos da precessão dos equinócios) como o 11 de Setembro de 2001. Este terrível acontecimento deu-se quando Saturno (estruturas) estava no signo de Gémeos (Twin Towers) em oposição a Plutão (terroristas) no signo de Sagitário (religião). Claro que senti um grande golpe sobretudo porque estava a viver em Washington mas …“Understanding does not cure evil, but it is a definite help, inasmuch as one can cope with a comprehensible darkness.”   C. G. Jung

Político – ao perceber o momento presente, o “zeitgeist”, e enquadrar a actual crise em ciclos cósmicos mais amplos terei uma possibilidade de ser mais interveniente.

Artístico e Literário – sentir o porquê da música de Chopin e de Beethoven ligando a sua criatividade ao seu tema natal; apreciar totalmente as facetas de Fernando Pessoa; perceber como os demónios pessoais de George Lucas encontram expressão na Guerra das Estrelas.

Prático – ao alinhar as minhas tarefas, viagens, decisões com o conhecimento astrológico tenho-me tornado mais eficiente, o que é importante para uma pessoa com Sol e Lua na casa 6 e Saturno em Virgem a reger o ascendente.

Pessoal – a astrologia tem sido o meu veículo de auto-conhecimento. É óbvio que não me livrei do lados sombra da minha personalidade e que muitas vezes reajo excessivamente, porque me tocam nos botões a que se chamamos complexos. Freud dizia que os sonhos são a “via reggia” do inconsciente; na astrologia encontrei a minha “via reggia” para minimizar o ego, ser mais consciente, ser menos marioneta. Ajuda-me também a aceitar quem sou e a descobrir o meu propósito nesta vida.

Relacional – com a astrologia compreendo melhor os outros, pais, marido, filhos, netos, amigos, colegas e clientes. Posso humildemente pensar que, na medida das minhas limitações, os ajudo nos seus percursos.

Tão precioso é o privilégio de ser astróloga que ouvir comentários desprestigiantes é um pequeno fardo que vem por acréscimo. O grande fardo não vem da sociedade, mas sim de saber que, apesar desta lente astrológica, a minha área de actuação é limitada e não posso impedir de sofrer as pessoas que amo. Mas até nessas alturas tenho um privilégio: posso antecipar (não prever) quando e porquê precisam de mim e disponibilizar-me.


Luiza Azancot

26 março 2013

Duas últimas


Interrompo hoje a sucessão de músicas portuguesas com que tenho fustigado os leitores/ ouvintes do “Duas Últimas” para trazer uma vez mais à colação o rock britânico (o PO que me desculpe, por me atrever num terreno que ele domina muito melhor do que eu…).

Fez ontem precisamente 40 anos que foi lançado “The dark side of the moon”, dos Pink Floyd, para mim sem dúvida um dos 5 melhores álbuns que o rock até hoje produziu. E os rankings aí estão para o comprovar. Lembro-me bem de estudar ao som das suas músicas nos tempos da faculdade e da emoção que foi quando finalmente tive hipótese de o comprar (outros tempos, em que as coisas eram mais valorizadas por serem mais difíceis de obter).

Foi o 6º álbum da banda, após a retirada prematura e inglória de Syd Barret, o mentor inicial do Grupo, por razões de insanidade mental. Outro magnifico álbum dos Pink Floyd, “Wish you were here”, de 1975, foi-lhe por isso dedicado, em sinal de gratidão pelo caminho que ele desbravou com coragem e inovação.

Infelizmente nunca os ouvi ao vivo, apesar de terem tocado em Portugal. Limitei-me a assistir em Lisboa a dois espectáculos que lhes foram tributados, o último (Brit Floyd) bastante bom. Quanto ao tema que escolhi, “Us and them”, são quase oito minutos de puro deleite, com uma instrumentação a roçar a perfeição.   

fq


25 março 2013

Vai um gin do Peter’s?


Nada como a vista aérea para se apanhar a visão global. Basta lembrar que é a melhor forma de mapear um território ou mesmo de substituir os mapas clássicos, como faz o Google earth. Os benefícios directos de captar a big picture não se ficam pela geografia. Também na gestão do dia-a-dia esta capacidade de distanciamento, de que falava Brecht, é utilíssima para relativizar posições, adquirir realismo e assim discernir o curso dos acontecimentos.

O fotógrafo francês Yann Arthus Bertrand aplicou à fotografia esta técnica de vistas abrangentes, só possíveis planando sobre o planeta. É espantoso como tudo se torna lindo através da sua teleobjectiva, mostrando padrões minuciosos e rendilhados, formados pela explosão de cores e volumes que revestem a crosta terrestre. Não por acaso, os primeiros astronautas a chegar à lua ficaram fascinados com a beleza do planeta azul e incrédulos como era possível sofrer-se tanto, guerrear-se e destruir-se loucamente naquela esfera maravilhosa suspensa no cosmos que, de fora, se assemelhava ao paraíso.



Será que tudo se revela melhor a partir de cima?

Na pintura, procurou-se esta perspectiva ampliada, a partir de um ponto de observação distante, só que ao mesmo nível do episódio representado, como uma câmara fotográfica estrategicamente colocada. Embora sejam raras, algumas telas exploraram a perspectiva aérea. Coincidentemente, uma tem a ver com a Semana que ontem começou… Porque foi desse ângulo original que o conselheiro de Sta. Teresa de Ávila, o seu “pequeno Séneca” – S.João da Cruz – procurou desvelar um pouco o mistério da Cruz de Cristo:

Cristo Crucificado. Esboço de S. João da Cruz (1542-1591)

Sob um fundo quente, num dourado intenso, sacralizado como um ícone, o grande místico espanhol sugere-nos a perspectiva do próprio Deus, mais próximo da mente e do coração do Crucificado que dos algozes e da multidão acumulada no Gólgota (e que é a óptica comum das pinturas). Mas o misterioso momento, tão difícil de transpor para a tela, terá justificado a ousadia do artista místico.   

Impressionado com a obra-prima do século XVI, Dali (1904-1989) encontrou inspiração para os seus estudos em redor do tema. Na versão surrealista, Cristo perde a luz calorosa do ouro quinhentista, irrompendo numa solidão total, selada pela escuridão profunda que parece ter-se apoderado da face da terra. Pretendia-se pintar a hora das trevas. Embora estejam omissos os sinais da tortura brutal, ressalta de forma quase palpável a dor psicológica, afectiva e anímica.

Fiel ao surrealismo, a obra de Dali desdobra-se numa dupla representação de momentos distintos (apesar de se cruzarem ambos na vida de Jesus), com significados aparentemente antagónicos, apesar do jogo de luz seguir o percurso do sol: avançando do poente para o breu nocturno. Na zona de baixo, escapando à noite da Cruz, somos transportados para um cenário incrivelmente sereno, talvez junto ao lago das grandes pregações de Jesus – o Tiberíades. Surge num efeito de flash-back para uma fase anterior à da morte, onde a paz silenciosa das águas do lago contrastam com o silêncio espesso e tenebroso de Sexta-feira Santa, pintada na parte superior da tela. Também nisto, a obra do século XVI diverge substancialmente da visão de Dali, relevando uma hora, em simultâneo, dolorosa e já misteriosamente gloriosa, prefigurada pelo dourado poderoso do fundo, raiado de uma luz límpida e magnífica.

A solidão em Dali parece mais sofrida, esmagadora e estéril que a solidão sacrossanta e fecunda em S.João da Cruz, onde a riqueza multifacetada da Crucifixão consegue suplantar a dor e o abandono do Condenado, apesar da imensa dor e do abandono das 12 horas de agonia, até ao último sopro de vida.

Réplica de Salvador Dalí à pintura de S.João da Cruz.
1951,  Museu e Galeria de Arte de Kelvingrove em Glasgow.
Óleo sobre tela (205cm x 116cm), cuja ideia disse ter-lhe sido revelada num sonho,
assim como a necessidade de representar Cristo num ângulo extremo,
semelhante ao de S.João da Cruz.

Boa Páscoa, com o sentido primaveril da tela do século XVI, em que da semente insignificante e perdida na terra pode jorrar vida em abundância: da planta ao botão, da flor ao fruto… iluminados a partir de dentro, por uma luz límpida e magnífica.

Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

24 março 2013

Domingo de Ramos

Hoje é Domingo (de Ramos), e eu não esqueço a minha condição de Católico. O Evangelho abaixo não é o que a maior parte das pessoas ouvirá nas diversas Missas, mas é o que transcrevemos no Boletim de Santo António, por ser o texto lido nas procissões, dizem-me. 

***

Conhecia-a primeiro por ser mãe de primos, visita regular em nossa casa. Fui visitante também regular da sua própria casa, por alturas da juventude. Era uma casa onde se entrava e saía a qualquer hora (excepto de manhã...), onde haveria sempre uma torrada e um caldo verde, mesmo que não houvesse mais nada. Talvez aquela família fosse a evidência de uma certa abundância na frugalidade (expressão roubada). Havia pouco, mas isso pouco interessava, porque haveria sempre uma gente mais fora do vulgar, um cigarro, uma boa gargalhada, uma ausência educada de cerimónia, o que era convidativo. Depois, mais tarde, a frugalidade persistiria, mas havia sempre um pormenor de requinte, um toque de decoração feito com tudo - podia ser ouro, podia ser tecido barato, era indiferente. A invulgaridade das pessoas mantinha-se, mas eu já era visita menos regular. 
Num plano menos mundano, a Tia Gena geria o chamado coro da uma,  porque acompanhava a missa das 13 no Estoril. Fê-lo durante 30 ano ou mais. Fê-lo, estou certo, com pouca disciplina, pouca regra, pouca pontualidade. Mas o coro manteve-se (muito) à volta dela, da sua simpatia, da sua ligeireza, da sua graça, da sua ausência de rigor que cativava toda a gente. Foram também as suas características próprias que arrastaram multidões crescentes a Fátima todos os anos onde muita gente começou ou reforçou caminhos de Fé. 
Morreu 5ª feira e foi a enterrar no dia seguinte. Do sítio onde me sento todos os domingos vejo o coro, composto na sua maioria por pessoas de quem sou amigo ou primo. Vai ser estranho olhar hoje lá para cima e saber que não verei mais a Tia Gena, que vivia como era, que jogava às cartas como viveria a vida - com risco e divertimento.

***

Há duas semanas, na minha crónica dominical, afirmava que nem sempre era fácil pertencer-se à Igreja Católica. Passada a quinzena a minha opinião não mudou, pese embora a eleição do Papa, de quem já se disse tudo. Gostei da eleição de Francisco e reforço o que digo sempre - sobretudo aos meus interlocutores menos praticantes: acredito piamente que o Espírito Santo ilumina aquela centena e pouca de cardeais, e todos os sinais emitidos pelo novo Papa vão nesse sentido: menos opulência, a missa de 5ªfeira Santa numa prisão juvenil, a proximidade, o apelo a que a Igreja regresse à sua missão primeira e maior: o apoio aos pobres e aos excluídos, o diálogo ecuménico. A Igreja passa por uma crise. Pelo que se lê por aí, talvez seja o Papa Francisco o primeiro obreiro de uma reconstrução e de uma renovada adesão à igreja por parte de quem estava mais afastado. Que Deus lhe dê forças para esta tarefa e que ele esteja permanentemente nas nossas orações.



Bom Domingo (de Ramos) para todos.

JdB


Naquele tempo, Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém. Quando se aproximou de Betfagé e Betânia, perto do monte chamado das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, dizendo: “Ide ao povoado ali na frente. Logo na entrada encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui. Se alguém, por acaso, vos perguntar: ‘Por que desamarrais o jumentinho?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele’”.
Os enviados partiram e encontraram tudo exatamente como Jesus lhes havia dito. Quando desamarravam o jumentinho, os donos perguntaram: “Por que estais desamarrando o jumentinho?” Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. E levaram o jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a montar. E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho.
Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!”
Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” 
Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”. 

23 março 2013

Pensamentos impensados


Sermões
S. António pregava aos peixes, mas pregava com martelo de orelhas para eles ouvirem melhor.
 
Trambolhões
Se uma estrela pular, é indício de desnorte.
 
À deriva
Oriente e Norte não são a mesma coisa. No entanto, desorientado e desnorteado são a mesma coisa.
 
As operações não são só 4
Se alguém morrer durante uma intervenção cirúrgica é porque o cirurgião fez uma operação STOP.
 
Encontro de Chefes de Estado
Cavaco Silva: "Parabéns, caro colega, pela eleição; mas olhe que isto de vitórias também tem o seu lado trabalhoso e veja bem o que fizer pelas obras públicas. Em Portugal fiz auto-estradas que estão vazias, um prejuízo! O CCB também não está melhor; as pescas e a agricultura parece que ninguém quer ir ao mar ou pegar numa enxada... calões! E aqui, nem uma via  rápida?! (Reparou no meu italiano? Disse via!). No entanto reparo que têm uma rotunda de fazer inveja! Em Portugal fizemos algumas 2000 rotundas e nada se parece com isto; bela estatuária. Em Portugal as nossa estátuas das rotundas parecem ter sido compradas nos chineses. Adeus, saudinha."
Francisco: "Ouvi dizer que o colega está pobre; não se apoquente, pois bem aventurados os pobres...(pausa) porque deles será o reino dos céus."

SdB (I)

Deixa-me rir...


"Caros Audiophiles, a friend died recently. Well, more like an acquaintance since I cannot claim to have known her well. And yet she was the kind of person who you imagine you know from the beginning. She was open and direct. She wore her heart and her passions on her sleeve. She was a good person.
She loved conversation. Always with a cigarette in hand. She loved debates and arguments. She loved philosophy and conspiracy theories. She could talk, and believe, nonsense. For hours. She loved to provoke. She could be infuriating. She had passion and curiosity. She was an old hippie, and a young rebel free spirit.
She loved people. She used to manage a local cafe where everyone and anyone was welcome, rich and homeless. She loved young people, and encouraged them to be themselves. Above all she was devoted to her daughter. She was a mother, and a friend, to many people. She embraced, and was embraced by, her community.
I am glad that I attended her funeral and the party to celebrate her life. To be among such a mix of different types of people from different social standings and ethnicities. She was born Catholic but became interested in meditation and other spiritual paths. The room was decorated with candles and Eastern Buddhist ornaments. There was a tree with hanging ribbons where anyone could write and attach a card with a memory or a prayer for her. Her ex-husband spoke beautifully and with much humour about her humanity, and her crazy contradictions and idiosyncrasies. Other friends, both old and young, also stood up to tell stories about her, to share why she mattered to them.
I was glad for myself to be there. I was glad for her. It felt good to see and hear how much she was loved.  How she lived life to the max. And it made me feel a little guilty that I had not made more effort to overcome my prejudices and her provocations to spend more time in her company. That was my wish to her tree.
Who knows if there is a divine after-life? You believe, or you don't believe, or you sort of believe just in case. But what is certain is that people remain connected spiritually in our hearts and minds, and physically interact in some way with the particles of nature around us.
As another friend said, she has returned to the cosmos from where she came. Into the mystic...
Which leads me to the song 'Into The Mystic' by Van Morrison that was played at her funeral. The lyrics are generally considered about a spiritual quest, and "a song of elemental beauty and grace, a quintessential Morrison moment."
Van Morrison himself remarked about the song: "'Into the Mystic' I originally wrote as 'Into the Misty' [misty = mist or fog]. But later I thought that it had an ethereal feeling so I called it 'Into the Mystic'. That song is kind of funny because when it came time to send the lyrics to the music publisher, I couldn't decide what version to send. Because really the song has two sets of lyrics [spiritual and earthly/sensual]. For example, there's 'I was born before the wind' and 'I was borne [carried] before the wind', and 'Also younger than the sun, Ere the bonny [= pretty] boat was one' and 'All so younger than the son, Ere the bonny boat was won' ... I guess the song is just about being part of the universe."





We were born before the wind
Also younger than the sun
Ere the bonnie boat was won as we sailed into the mystic
Hark, now hear the sailors cry
Smell the sea and feel the sky
Let your soul and spirit fly into the mystic

And when that fog horn blows I will be coming home
And when that fog horn blows I want to hear it
I don't have to fear it
I want to rock your gypsy soul
Just like way back in the days of old
Then magnificently we will float into the mystic
And when that fog horn blows you know I will be coming home
And when thst fog horn whistle blows I got to hear it
I don't have to fear it
I want to rock your gypsy soul
Just like way back in the days of old
And together we will float into the mystic
Come on girl...too late to stop now.
 
 
RIP Maria.
 
 
A proxima.
 
PO

20 março 2013

Protocolo vs. testemunho


O encontro entre Sua Santidade o Papa Francisco e Cavaco Silva foi simplesmente deploravel; nem sequer, por parte do Presidente português, um inclinar de cabeça, mais parecendo dois presidentes sul-americanos num "tu cá tu lá".

Penso que Cavaco Silva é Católico e, como tal, deve dar testemunho. Ser Católico é mais importante que ser Presidente da República, pelo que o protocolo devia passar para segundo plano.

Os Reis de Espanha e os Principes das Astúrias beijam o anel do Papa. Cavaco Silva é pequenino.

SdB (I)

Moleskine

Blogue. Cavalheiro do meu círculo, cuja inteligência prezo e amizade estimo, não gostou do texto que escrevi 6ªfeira passada, sobre o detalhe. Disse mesmo ter detestado. Uma semana antes tinha manifestado igual veemência no elogio à minha abordagem sobre a morte.
Ora, o blogue está para a minha escrita como a igreja está para o meu comportamento - vou à missa para ser santo, não porque sou santo. Com o blogue é o mesmo. Não tenho formação académica em literatura ou ciências do género. Não sou de Letras, não frequentei cursos de escrita criativa. O que escrevo sai-me do gosto e de algum jeito. Mas também sei (até porque me dizem) que uso bengalas literárias, e essas bengalas criativas ajudam-nos, mas também nos viciam e nos limitam. 
Alguns textos que escrevo são experiências, tentativas de me autonomizar das minhas fórmulas já batidas. Por vezes funcionam, por vezes não. Sendo um homem pouco conciso, obrigo-me a escrever textos que não excedam as 600 ou 700 palavras, sob risco da leitura se tornar fastidiosa ou difícil.
O meu blogue é o meu banco de ensaios. É aqui que me aventuro. É aqui, desejavelmente, que cresço.

Imagens. Enviada por mão amiga.

Death of a cyborg (William Bouguereaux)

Livros. Gosto de ficção, gosto de romances, gosto de policiais. No entanto, a frequência da pós-graduação obriga-me a outras leituras. Um ou outro livro serão mais fáceis, um ou outro serão particularmente difíceis. No primeiro semestre li Foucault com dificuldade, este ano li um texto de Jacques Derrida (a estrutura, o signo e o jogo no discurso das ciências humanas) de que não percebi uma palavra. Tudo tem o seu tempo, e talvez o meu tempo seja mais lento. Agora vou-me atirando a isto:



Estudos. Ontem tive uma reunião com o Prof. Miguel Tamen, da Faculdade de Letras, gentilmente promovida por um professor da Universidade Nova. Dei início ao meu período de reflexão sobre a continuação dos meus estudos. Em cima da mesa está um Mestrado em Teoria da Literatura. A ver vamos o que consigo fazer...

Filmes. Enviado por mão amiga.



JdB  

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