20 maio 2014

Duas Últimas

Tenho verificado pessoalmente, sem grande surpresa face ao que vou ouvindo e observando por aí, mas mesmo assim com alguma impaciência e pouco humor, que o avanço na idade não tem tido grande correspondência na qualidade do sono, antes pelo contrário.

Acontecem, às vezes com periodicidade demasiado curta, noites agitadas e longas, em que a entrada da claridade matinal pelas frinchas da janela demora tanto tempo que começamos a descrer da chegada da madrugada seguinte. E não há um galo para nos animar….

Nessas noites intermináveis, de minutos que parecem horas e de horas eternas, lá estamos nós acordados, ou a chorar os nossos pecados, como já hoje li por aqui, ou a rebobinar filmes normalmente negros e pessimistas, ou a transformar pequenas questões em grandes problemas universais, ou (last but not least) a estragar o sono de quem tem o azar de connosco compartilhar espaços exíguos.

Será que é a cabeça que não tem juízo? Não alcanço, no que me diz respeito, mas somos maus juízes em causa própria. E com hábitos tantas vezes teimosos e pouco salutares.

Dar um bom passeio a pé depois de jantar. Nunca ver o Belenenses depois das 19h. Deixar o PC no escritório e a televisão no off. Deixar-se ir no embalo de uma boa música. Conversar, arranjar mais tempo para os outros. São alguns exemplos de panaceias que tento incrementar. A bem de uma “noite sossegada”, como diria a minha avó.


A seguir, lembro duas versões de uma boa música, de uma excelente letra de um grande autor.

fq




1 comentário:

Acc disse...

Outra verdade verdadinha tão bem exposta pelo cabeleireiro mais irreverente da música portuguesa.
Belíssima escolha fq.

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